Algo me diz que eu mudei muito nos últimos tempos. Não posso afirmar porque não registrei como o fazia antes, antes de a retina se acostumar com a claridade da vida ou qualquer merda do tipo. Ou quem sabe eu só gosto de acreditar nisso.
O estranho mesmo é se acostumar a não estar constantemente angustiado pelos sentimentos do mundo e minha relação com isso tudo. Claro que eles ainda ocupam um espaço considerável na minha cabeça, mas sua participação no meu processo de pensamento não é mais tão significativa.
Meu processo de pensamento... Mudou bastante, ficou mais concreto, me perco menos nos meus labirintos de relações inesperadas e supostamente aleatórias – algo que escrever me ajudava a superar, o que talvez justifique a minha ausência nesse campo. – mas agora (ou quem sabe agora pouco) comecei a reescrever as minhas certezas, duvidar de tudo. Eu não sei muito bem onde eu tou, por mais que saiba perfeitamente.
Sei lá.
Sei me virar bem em tudo o que me rodeia, e até que aprendi a lidar com o que me pertence. Não tenho nada pra reclamar – não por não o ter mas por não o considerar importante o suficiente para ser uma reclamação. Quero uma coisinha ali, outra aqui. Mas tirado isso não quero nada demais, o que também não sei se é certo.
Foda-se.