8 de ago. de 2010

move along

Se tem uma coisa que me deixa muito na pilha de acordar todo dia é a perspectiva de pensar e relacionar coisas novas. E isso fica muito, muito mais legal quando você acelera esse processo de entendimento da vida e da morte (e tudo o que tem no meio) através da troca de idéias (e tente levar essa expressão no sentido mais literal possível) com pessoas de todos os tipos, ou que tem pelo menos algo em comum, nesse caso, o sobrenome e a certeza da morte. E essas duas coisas, a primeira que fez com que nós passássemos essa tarde de domingo juntos e a segunda que gerou toda, ou quase toda, a base da conversa, me provocaram um sentimento tão real que não consegui conter o impulso de ouvir música alta e pensar em como tudo faz tanto sentido. Porque foi hoje, e só hoje, que eu percebi como fazer parte dessa família me fez quem eu sou. É como fazer parte de algo secreto, de um jeito muito estranho que faz a gente se relacionar com o mundo, e cara, esse jeito como eu me relaciono com o mundo me faz bem demais. E através de todas essas brisas intensas, me identifiquei com algo maior (mas nem tão grande, o que é ainda melhor. Afinal, se relacionar com algo grande demais não é tão verdadeiro.), algo que me deixou ainda mais na pilha de ficar na pilha de acordar todo dia.
E mesmo falando de morte, senti uma apreciação tão grande por estar vivo hoje. E ontem e anteontem. Esse final de semana foi emocionalmente intenso da melhor forma possível, mesmo. Antes dele eu não sabia que dava pra chorar de amor (não por amor.).
Caralho, caralho.
É que a coisa toda não é só sobre otimismo, pessimismo, realismo ou qualquer ismo. A coisa toda é sobre algo que, talvez por sorte, ou por não ter um antônimo, escapou da conceituação, então virou simplesmente um fato. É o simples ser e estar, ou só ser e não estar, ou só estar e não ser. Mas eu sou e estou e isso vale tanto a pena, cara.
Eu tão tão bem e tão vivo que me assusta um pouco.
Sinto tudo, gosto de sentir tudo, não trocaria por nada. afinal, eu tenho 17 anos.
Sei lá, sei lá.
Dizem que, conforme você cresce, as coisas perdem a graça. Pra mim não. Continuo me empolgando com absolutamente tudo, incluindo a própria perspectiva da empolgação.
Seria absurdo dizer que não sinto medo do que ta pra vir, mas na real, nada faz muito sentido se não der medo.
Move along, move along just to make it through.

2 de ago. de 2010

animal backwards

E olha só pra mim, sentei aqui com o simples propósito de escrever qualquer coisa que eu julgasse honesta, achei a música certa e, quando ia abrindo o blog, me mandam um link de um joguinho besta que, por conta da minha auto-competitividade, me tirou uma hora de vida. É foda.
Então digamos que, uau. Faltam 3 meses pra eu me tornar maior de idade, oun, coisa fofa. O caralho, por mim continuava com 17 anos pelo resto da minha vida, mesmo se tivesse que enfrentar um puta conflito entre minha vontade de viver e experimentar tudo o que a vida tem a oferecer e minha vontade de ficar bem e ficar igual quando tudo ta bem e maravilhoso e uau. Além do que, qual é a graça em fumar e beber quando não é mais ilegal?
Acabei de perceber que esse ultimo parágrafo rimou quase inteiro.
Mas eu queria escrever qualquer coisa honesta né, então vamos lá.
Pra falar a verdade, ando meio que sei lá, perigando entre diversos extremos da minha personalidade meio que intencionalmente fragmentada. Nem sei se ‘extremos’ e ‘diversos’ podem ser colocados na mesma frase, mas é assim que eu tou me sentindo. Também não sei se isso é bom ou ruim, mas é assim que eu tou me sentindo. Só que o foda é que nessas danças internas aleatórias, perco meu poder de concentração, minha mente fica tipo ‘ela, ela, ela, texto incompleto, baseado mal fumado, brisa leve-intensa, música, música, música, uau, cores, uau...’ sendo que a fragmentação intencional da minha personalidade só foi intencional porque eu queria evitar esses devaneios. De vez em quando me encontro olhando pro mesmo ponto por minutos intermináveis, como se tivesse um cabo dentro da minha cabeça procurando algum lugar em que encontrasse o perfeito encaixe. Fico assim até alguém estalar o dedo na minha frente ou chamar meu nome, nunca achando o tal buraco perfeito, e aí que é foda. Eu fico me sentindo um zumbi fora de sintonia. Parece que o que eu tou vivendo não é de verdade, saca? Sei lá.
E agora me encontro com três opções de conclusão pra esse texto:
1- lição de moral ligeiramente hipócrita sobre como não é possível se fragmentar ou
2- foda-se, uma hora faz sentido ou
3- pedido de receita pra Ritalina.

Vou com a 2 por puro hábito. Sempre chuto a do meio nas provas.