26 de nov. de 2010

13/04/08

Cause i really do think that this life thing is amazing, but
I’m divided between my past and my present
I know which one is right but I’m not sure about the wrong one
Things are kinda numb – maybe it’s just the natural toxins of growth, maybe it’s the drugs. It probably is the drugs.
Fuck that, fuck everything
I’m sick of failure and pain, I’m sick of pushing myself into unknown levels of humanity. Humanity, what defines it?
Cause I really feel its concept is further from reality than it could ever be.
I don’t want anything!
Just skate around, sleep under the stars, fuck a beautiful girl whose lips taste like wine.
To just be, to be me, to be young and careless, mindless and senseless.
Enjoy every single moment of existance, to breathe in and then out;
Fuckin’ off.

love

15 de nov. de 2010

frio de merda

Noites frias, nada nesse mundo tem o poder de causar uma solidão tão grande e generalizada como noites frias, especialmente as de domingo véspera de feriado, quando se está recém chegado em casa, pós amor, pós vestibular (passei!), pós amigos, pós cerveja e pós discussão sobre-o-sentido-do-mundo-e-a-politica-filha-da-puta-de-hoje-em-dia. Puta coisa deliciosa.
Mas esse frio que entra pela minha janela (que eu até fecharia se não fosse tão hipócrita ao ponto de não gostar do cheiro de cigarro no meu quarto quando vou dormir) faz meu corpo sentir uma falta tão imensa do dela, que, quando do meu lado -e eu me delicio na crença de que só do meu lado- jura todo o amor que a alma pode dar sem nem abrir a boca. E eu tento fazê-la sentir o meu através de um abraço, ou melhor, aperto (porque quando se está deitado, um abraço com os dois braços é praticamente impossível, já que um deles nunca sabe muito bem onde ficar, só como atrapalhar) longo e levemente sufocante. Depois um beijinho no rosto pra liberar aquele sorriso lindo, então um na pontinha do nariz, seguido por um beijo ingênuo nos lábios quentes. MAS, nesse momento, isso é tudo o que eu tenho: milhares de memórias maravilhosas que eu tento juntar na tentativa de tornar a presença dela mais real, mesmo sabendo que ela está a quilômetros de distancia daqui, provavelmente dormindo e com a minha imagem beeem longe da pauta de pensamentos (ou sonhos) de hoje. Ou quem sabe não. Mas o que importa é que eu tou com frio e cansaço, o tipo de cansaço que só descansa com aquele sorriso, e essa merda desse frio fora de estação vai fazer questão de me lembrar a ausência dela pelo resto da noite. Aposta quanto?

3 de nov. de 2010

nostalgia antecipada

P-p-p-pulso, pulsa, pausa, torna, rasga, rompe. Músculo que pulsa involuntariamente, bombeia sangue quente, que preenche o meu corpo e dá cor a minha pele. Músculo sensível que reflete meu sentimento que desata a bater com seu beijo, que dispara ainda mais com o toque de meus dedos sobre a tua superfície desprotegida. Crua. Arritmia.
Compasso sem passo, distorção, orquestra experimental. Oscila e grita, encharca o espaço, tão saturado que transborda, não comporta.
Transcende a própria idéia da transcendência.
Eu e você. É pura sinestesia.

M.


Não é carta, mas te respondo, ou melhor, só te reafirmo que, mais do que sinestesia, mais do que anestesia, eu e você..###*** me frustro com a língua portuguesa nessa hora, ou qualquer outra língua conhecida por mim. Essa inexistência de palavras que digam o que eu quero dizer só me faz ter certeza de que não precisa ser dito.
Só eu e você.


J.

25 de out. de 2010

10/01/2006

Somedays we feel like shit. In these days we feel like feeling half alive.
Somedays we feel like quitting the life we’ve been living. We feel like living the life we were told to.
Somedays we feel like getting up from the floor. Somedays we feel like sinking into it until there’s no light to see.
Somedays we feel so wrong - somedays we feel like junkies.
Somedays we feel so right - somedays we feel like junkies.
Somedays we feel like getting a junk, just to have an excuse for being so wrong.
In these days, we feel like coming out of the selfish, cunt junk habit we got ourselves into.
Somedays we feel we have no junk at all.
Somedays we live the most beautiful trips, when the cold night air suddenly heats up and we feel the love we were told to exist. Somedays the cold night air suddenly gets colder and we feel that love is just a utopia of someone who was feeling just like you.
Somedays… we count no days. Somedays there are no days to count.


agora me diz se eu não era uma criança de 13 anos bem estranha.

19 de out. de 2010

carpe somnus

É foda, é foda, porque já é quase meia-noite e eu realmente deveria ir dormir, porque amanhã vai ser uma merda. Essa semana está sendo uma merda, mas quem liga. Juro que nem eu ligo.
Mas, vamos lá;
Consegui! Fiz dezoito anos, e pode perguntar pra qualquer amigo meu o quão absolutamente chocante isso é, e não necessariamente por conta do meu estilo de vida duvidoso e possivelmente perigoso (mentira, mal saio de casa e só tomo coca-cola). Acho que o que torna esse fato tão estranho é ver tudo o que eu sempre entendi e me relacionei meio que ir embora com o sopro na velinha do maravilhoso bolo de aniversário feito pela minha maravilhosa avó, sabe?
Não que isso seja ruim. Tá mais pra incomodo, porque coloca uma pressão de ‘’e agora, cara?’’ sobre os meus ombros, e, mesmo eu já tendo uma ideia bem sólida da parte que você conta pra família quando te perguntam ‘’e agora, cara?’’, a outra parte, a que realmente diz respeito a mim, permanece um espaço em branco com um belo dum ponto de interrogação na decoração. Mas daí eu paro e penso e cara, olha só pra mim. Quem que eu acho que eu sou? São só dezoito anos, calma. E eu até consigo me imaginar com essa mesma imagem na cabeça daqui a dezoito anos.
Às vezes eu acho que eu só faço sentido jovem, o que até que faz sentido. Afinal, pra alguma coisa fazer sentido você precisa entender ela, e a juventude é a única coisa que eu entendo até agora. Talvez algum dia eu entenda o resto, talvez não.
Só sei que hoje me peguei atravessando a rua morrendo de medo do futuro e, por conta disso, quase me deixei atropelar. Agora seria a hora da lição sobre carpe diem, mas vou deixar isso pra quem carpe diem. É que eu juro que amanhã vai ser uma merda.

14 de out. de 2010

18, QUE?

Porque, depois de tantos textos sobre como eu, a margem dos 18 anos, estava/estou me sentindo como um pré-adolescente prestes a dar seu primeiro beijo, não podia deixar de escrever uma última coisinha antes de me tornar maior de idade (o que vai acontecer uma hora e 59 minutos), né não?
Só pra sei lá. Fechar essa coisa toda e ligar a memória de quando eu tinha 8 anos e calculei que dali a 10 já poderia dirigir com esse momento aqui.
E só pra dizer que eu tou bem, e que acho que já fiz tudo o que não podia quando não podia então a única coisa que faz sentido agora é poder fazer todas (ou quase todas) elas dentro da lei. Só ta faltando minha ultima cerveja na ilegalidade, mas tudo bem. E também pra dizer que eu realmente tou feliz, sabe? Tou amando perdidamente, as coisas tão dando certo, e esse ano me formo pra finalmente me reformar!
Sei lá, cara. Na real só posso agradecer cada uma das pessoas na minha vida (até os imbecis) por terem me feito desse jeito que eu sou, na moral.
Então é isso aí
Bora crescer.

Jay.

23 de set. de 2010

67

E eu juro que não entendo
Como que, mesmo me entorpecendo
Ela me faz tão assim, eu.
E mesmo sob uma tonelada de nós
Continuo sendo um eu só meu.

15 de set. de 2010

reflexo com delay

Ok, vamo lá
Mil e uma razões e nonsenses depois, eu me percebo em cima dum skate a 40km/h, descendo a Av. Brigadeiro Luiz Antonio ouvindo qualquer banda dos anos 90 e flutuando, por um ou dois segundos, sem a menor preocupação quanto ao ônibus (biarticulado) que descia adoidado logo atrás de mim. E no terceiro segundo bateu um desespero, ainda mais quando eu olhei pra frente e vi um belo de um buraco no asfalto a menos de dois metros na minha frente. Nessa hora que eu, ou melhor, meu corpo, se jogou pra calçada e minha mente hesitou antes de me deixar salvar o skate de uma morte certa. Mas depois quando da tudo certo e bate aquela sensação de ‘caralho’, só o que resta contemplar sua falta (ou excesso) de amor pela vida.
E falando nisso, ando sentindo umas coisas meio estranhas. É que, de certo modo, me encontro num momento de completa paz e harmonia com o meu ser, e isso parece estar me levando a um distanciamento, ou melhor, peneiramento de quem eu quero perto de mim. Mas não do jeito que era antes. Antes eu escolhia as pessoas que eu achava “descoladas” o suficiente para ficarem perto de mim, e não porque eu me sentia assim, mas porque eu queria me sentir assim. Eu me importava tanto com o que pessoas que, hoje eu vejo como são vazias e imbecis pensavam, que as suas opiniões se tornavam minhas próprias. Coisa de ego adolescente babaca, sei lá. Mas ultimamente eu ando escolhendo pessoas que podem me ensinar alguma coisa sobre qualquer coisa e, de preferência algo que eu possa levar pra vida. Só que, percebendo isso, eu comecei a sentir uma raiva tão grande de como era antes, que comecei a questionar todo o embasamento do meu ser e o por que de toda essa merda. Algumas filosofias bem pesadas, na real; a ponto de eu me olhar de fora e não me reconhecer, e ficar com um medo muito honesto disso.
Sinto que alguma coisa desencadeou uma honestidade irrepreensível em mim, e eu não consigo mais mentir sobre quem eu sou. E CARALHO, mano. Isso é muito importante pra mim, porque uma sensação incomoda, tipo aquela etiqueta na lateral de uma camiseta, de ‘i’m a fake’ me cutuca a anos.
É como se muita coisa estivesse fazendo sentido agora que eu faço sentido, sabe? Minha mente nunca trabalhou tão rápido e nunca respondeu tantas questões em tão pouco tempo quanto agora que eu praticamente eliminei ou simplesmente descartei meus conflitos pendentes.
Sei lá cara. Eu tou tão bem, mas de um jeito que talvez não seja muito reconhecível. É que eu tou pensando demais, só que dessa vez não é ruim! Então se você me vir olhando pro nada ou descendo uma rua de skate sem ligar pra merda nenhuma, me deixa. Eu tou bem. Juro que tou.

8 de ago. de 2010

move along

Se tem uma coisa que me deixa muito na pilha de acordar todo dia é a perspectiva de pensar e relacionar coisas novas. E isso fica muito, muito mais legal quando você acelera esse processo de entendimento da vida e da morte (e tudo o que tem no meio) através da troca de idéias (e tente levar essa expressão no sentido mais literal possível) com pessoas de todos os tipos, ou que tem pelo menos algo em comum, nesse caso, o sobrenome e a certeza da morte. E essas duas coisas, a primeira que fez com que nós passássemos essa tarde de domingo juntos e a segunda que gerou toda, ou quase toda, a base da conversa, me provocaram um sentimento tão real que não consegui conter o impulso de ouvir música alta e pensar em como tudo faz tanto sentido. Porque foi hoje, e só hoje, que eu percebi como fazer parte dessa família me fez quem eu sou. É como fazer parte de algo secreto, de um jeito muito estranho que faz a gente se relacionar com o mundo, e cara, esse jeito como eu me relaciono com o mundo me faz bem demais. E através de todas essas brisas intensas, me identifiquei com algo maior (mas nem tão grande, o que é ainda melhor. Afinal, se relacionar com algo grande demais não é tão verdadeiro.), algo que me deixou ainda mais na pilha de ficar na pilha de acordar todo dia.
E mesmo falando de morte, senti uma apreciação tão grande por estar vivo hoje. E ontem e anteontem. Esse final de semana foi emocionalmente intenso da melhor forma possível, mesmo. Antes dele eu não sabia que dava pra chorar de amor (não por amor.).
Caralho, caralho.
É que a coisa toda não é só sobre otimismo, pessimismo, realismo ou qualquer ismo. A coisa toda é sobre algo que, talvez por sorte, ou por não ter um antônimo, escapou da conceituação, então virou simplesmente um fato. É o simples ser e estar, ou só ser e não estar, ou só estar e não ser. Mas eu sou e estou e isso vale tanto a pena, cara.
Eu tão tão bem e tão vivo que me assusta um pouco.
Sinto tudo, gosto de sentir tudo, não trocaria por nada. afinal, eu tenho 17 anos.
Sei lá, sei lá.
Dizem que, conforme você cresce, as coisas perdem a graça. Pra mim não. Continuo me empolgando com absolutamente tudo, incluindo a própria perspectiva da empolgação.
Seria absurdo dizer que não sinto medo do que ta pra vir, mas na real, nada faz muito sentido se não der medo.
Move along, move along just to make it through.

2 de ago. de 2010

animal backwards

E olha só pra mim, sentei aqui com o simples propósito de escrever qualquer coisa que eu julgasse honesta, achei a música certa e, quando ia abrindo o blog, me mandam um link de um joguinho besta que, por conta da minha auto-competitividade, me tirou uma hora de vida. É foda.
Então digamos que, uau. Faltam 3 meses pra eu me tornar maior de idade, oun, coisa fofa. O caralho, por mim continuava com 17 anos pelo resto da minha vida, mesmo se tivesse que enfrentar um puta conflito entre minha vontade de viver e experimentar tudo o que a vida tem a oferecer e minha vontade de ficar bem e ficar igual quando tudo ta bem e maravilhoso e uau. Além do que, qual é a graça em fumar e beber quando não é mais ilegal?
Acabei de perceber que esse ultimo parágrafo rimou quase inteiro.
Mas eu queria escrever qualquer coisa honesta né, então vamos lá.
Pra falar a verdade, ando meio que sei lá, perigando entre diversos extremos da minha personalidade meio que intencionalmente fragmentada. Nem sei se ‘extremos’ e ‘diversos’ podem ser colocados na mesma frase, mas é assim que eu tou me sentindo. Também não sei se isso é bom ou ruim, mas é assim que eu tou me sentindo. Só que o foda é que nessas danças internas aleatórias, perco meu poder de concentração, minha mente fica tipo ‘ela, ela, ela, texto incompleto, baseado mal fumado, brisa leve-intensa, música, música, música, uau, cores, uau...’ sendo que a fragmentação intencional da minha personalidade só foi intencional porque eu queria evitar esses devaneios. De vez em quando me encontro olhando pro mesmo ponto por minutos intermináveis, como se tivesse um cabo dentro da minha cabeça procurando algum lugar em que encontrasse o perfeito encaixe. Fico assim até alguém estalar o dedo na minha frente ou chamar meu nome, nunca achando o tal buraco perfeito, e aí que é foda. Eu fico me sentindo um zumbi fora de sintonia. Parece que o que eu tou vivendo não é de verdade, saca? Sei lá.
E agora me encontro com três opções de conclusão pra esse texto:
1- lição de moral ligeiramente hipócrita sobre como não é possível se fragmentar ou
2- foda-se, uma hora faz sentido ou
3- pedido de receita pra Ritalina.

Vou com a 2 por puro hábito. Sempre chuto a do meio nas provas.

3 de jul. de 2010

então quer dizer que

E sabe que ontem me ocorreu um troço curioso, tive até que parar pra rir comigo mesmo. Ontem fiquei com saudades de pensar. Tipo de coisa que não se sente, né. Mas eu senti. Uma verdadeira melancolia me atingiu quando eu percebi que não pensava a dias, ou talvez semanas! A ação calmante dos meus neurônios em atividade não forçada, ah uau, puro êxtase cara, puro êxtase. Me distraio muito facilmente, não concluo pensamentos, e isso é normal pra mim. Só que me parece que antes eu fazia algum esforço pra organizar tudo de um jeito deliciosamente pessoal e singular, e esse esforço parece ter sido sorrateiramente substituído pela inércia, que te leva, leva e te traz a ilusão de atalho, quando na verdade só te segura no ar, te deixa ali paradinho enquanto o resto das coisas se movem embaixo de ti.
O que eu senti falta mesmo foi de produzir qualquer coisa, nem que uma teoria mirabolante sobre a relação entre cadeiras de couro e lápis de cor, sei lá, sei lá, um bolo de maçã, sei lá.
Mas, é. Voltei pra casa, me acalmei (não que eu estivesse agitado, o mundo que estava), tomei um chá de erva-doce (que esfriou rápido demais) e sentei pra pensar. Continuo sentado. Escrevi quatro textos e um poema, mas nenhum deles me satisfez. Tentei pintar um quadro mas as cores não estavam como eu queria. Tentei fazer uma música mas nenhuma nota encaixava. Investi em todas as áreas de produção pessoal que eu conheço, mas todas as vias estavam entupidas, o que me causou um leve desespero, como um medo de ter destruído a minha já fraca habilidade de me organizar e me exteriorizar em qualquer nível. Daí eu sentei pra escrever sobre isso, e veja só.
A única conclusão que eu consigo chegar é que, se eu não tivesse parado de pensar, não teria sentido saudades, não teria tido uma crise para escrever sobre e não teria produzido / exteriorizado nada, sabe-se lá por quanto tempo.
Ah, uau.

15 de jun. de 2010

não tanto

Há tempos não me pegava sentindo esse misto de nostalgia e apreciação pelo o que já senti em pausas dramáticas de vivência. Lendo sobre as meninices de um amigo velho, que, como eu, não sabe direito como ficar velho, me pus a escrever para ver se consigo manter esse sentimento planando ao meu redor por mais algum tempo.
E eu poderia (e se tivesse um pingo de amor pela facilidade, o faria) simplesmente descrever o que fazíamos naquelas tardes, mas éramos só garotos que faziam o que todos os outros garotos faziam. E não pense que eu pretendo mostrar como éramos diferentes ao falar sobre o outro lado daquelas tardes. Como eu disse, só quero manter esse sentimento planando ao meu redor mais um pouquinho, porque um pouco de melancolia nostálgica nunca machucou ninguém.
Éramos quatro, (ou cinco? Não lembro. Só sei que às vezes éramos três.) e mesmo no ápice do verão, não tirávamos nossos casacos e fazíamos o possível para não tirarem nossos gorros. E não sei por que falei das tardes, porque não era só à tarde. Aos onze anos, a noite já nos seduzia, e a manhã servia de desculpa para nos unirmos publicamente em segredo. As tardes eram só tardes.
Mas o que me fascina e me deixa nostálgico não é a falta de preocupações, porque eu confesso que as tinha em número muito maior do que tenho hoje. Eu não achava aquele momento mágico nem nada, na verdade eu achava tudo uma merda. Éramos quatro garotos e garotas que se esforçavam ao máximo para serem estranhos, culpando tudo e todos por seus corações juvenis partidos, entre si, pela primeira vez. Já com essa idade, sabíamos que não havíamos nascido para ficarmos sóbrios. Luzes piscantes, música alta e açúcar, era só até onde conseguíamos chegar. Depois vieram as tentativas de queimar folhas diversas, então a cerveja e a erva. Mas isso foi só depois. Aprendemos, desde cedo, a arte da manipulação através de sentimentos forçados, ou talvez nem tão forçados assim. Nós não queríamos ser parte de nada, e, através disso, nos sentíamos parte de algo muito maior. Mas isso não melhorava nada. Continuávamos achando tudo uma merda.
Não sei como nem quando essa sensação passou, mas me pareceu ser exatamente quando ela atingiu o resto das pessoas. Não sei se crescemos rápido demais, acho que não. Na verdade sinto que só trocamos a ordem das coisas.
Porque, hoje em dia eu quero mais é brincar.

10 de jun. de 2010

handlebars

É que o tempo se renova, e novo nem sempre empolga
Ou empolga demais, eleva tudo o que ainda não foi
Fazendo com que assim, quando de fato é
Não pareça ser.
Deixando uma esperança eterna no ar
Que leva à falta de ar
Que para de ser o que se respira.

E a repulsão à monotonia que o tempo sustenta faz com que ansiedade tome o posto de ar
Torna tudo empolgante mesmo quando não parece, ou deve, ser
Mas por enquanto
E só por enquanto
Não sou, mas estou
Muito, muito mais do que sou.
O que é o mesmo que dizer
Que a elevação ansiosa finalmente me levou à um lugar onde eu consigo me segurar e me manter.

24 de mai. de 2010

hey

Hey
Hey
Hey
Parei com tudo, juro.
em potencial?
heroína, mescalina, cocaína, benzedrina, ketamina, codeína,
metanfetamina e a velha eufemista morfina, sabe?
Pequeno morfino entorpecido
Há tempos só um pedaço porque
qual o sentido em dormir na inutilidade quando a plena consciência permite movimentos?
É que
Nada
Só um estado de alterego permanente
Me fiz e me destruí
Desenho tão bem alinhado
Me apaguei com cuspe
Corretivo mal aplicado e rabiscos pra garantir a posição de esquecimento definitivo
Pra me fazer ilegível até pra mim
Hey
Hey
Hey
Hey
Deficit de atenção com hiperatividade
E a diária dose lisérgica de todos os egos
E outra de qualquer coisa que possa ser apagada.
Lembrou?
Não, não, não, não, não.
E nem quero.
Nem ser nem estar
Nem sentir nem morrer
Difamei e ganhei o direito de re-definir o que é viver.
Hey.

19 de mai. de 2010

pulmonary archery

Tenho estados de espírito que podem ser canalizados em dois tipos diferentes de arte: música e escrita. Agora eu tou no canal musical então minha habilidade literária está meio reduzida. (então desculpa se isso fizer pouco ou nenhum sentido.)
Desenterrei minha guitarra e entrei no universo paralelo das ondas sonoras que podem ser sentidas na pele. Minha percepção quando faço música é algo tão aparte do meu estado de consciência habitual que devo parecer um maníaco, enquanto brinco com a infinidade de sons absolutamente mágicos que podem ser tirados de qualquer coisa. Não sei direito o que tanto me fascina a respeito da música, não sei mesmo. É como uma abdução cerebral que me leva até onde eu quero, é como um livro que me faz ser quem eu quero, sei lá. Música é energia que se sente em todas as partes e que coloca sintonia e ritmo nas ondas do pensamento. Sou viciado nesse ritmo, em qualquer ritmo, com suas variações súbitas mas totalmente previsíveis, que me dão uma sensação de calma por conseguir entender o porquê daquilo ser como é. Me faz bem demais, cara. Quero ouvir todos os sons do universo e combiná-los numa melodia perfeita, numa canção que te leve a um delírio tão infinito quanto a variedade de barulhos, mas que acabe assim que a próxima começar. A música me deixa preso ao presente mesmo que me lembre do passado, e isso me faz sentir seguro e aconchegado numa colcha de retalhos que, mesmo sendo tecida por algo que não se vê, causa uma sensação de conforto absoluto.

17 de mai. de 2010

on mute

Pain turns back into pleasure
Worn off warms crawl back home
Morning sun, come and blind me
Admirable cruelty of unexpected light

Limbs cry for disattachment
Rest, in peace, in sound, unsafe
Brain shot off along with the night
A walking lack of life

Pure soul with no emotion to show
Pure gold far too cheaply sold
Pure cocaine yet I still feel sane

Have you ever been insane?
It’s like living for nothing
But forced to feel everything.

How could you not want it.

11 de mai. de 2010

musique

Ela acha que minha ligação com a música é algo estranhamente especial. Eu concordo.
É que eu procuro criar ligações especiais com o que faz sentido pra mim.
O que inclui ela.

diferença

Há dois tipos de leitores
Aqueles que lêem com o marcador de página em mãos
E os que o deixam em qualquer outro lugar.
A diferença?
Os que o tem em mãos já planejam fechar o livro
Os que o deixam de lado se permitem ler sem limites.

8 de mai. de 2010

inútil

Escrever pra quê se não pro real?
Se não for, me machuca, me faz mortal.
Não consigo ser poeta fingidor
Então, escrever pra quê se não há dor?

28 de abr. de 2010

tempo livre

Desenvolver o pensamento, afastar a sobriedade
Restaurar os neurônios que perdi pra essa cidade
E como desgasta o esforço mental
Doze horas encarcerado no mesmo local
Ir pra casa é uma dessas coisas que não tem preço
Acender um do bom pra ver se me esqueço
De todas as inutilidades que disfarçadas de fatos
Se provam tão desnecessárias, quase mais que um infarto
Do meu pensamento, que se afasta do momento
Se aloja na noite fria, jogado ao relento
Duma cidade sem sentido, de um povo sem pátria
Minha versão de capital
Meu país tropical, abençoado por deus
Esquecido pelos líderes que disseram adeus
Ando na psicodelia, ponto de encontro do mundo
Dimensão aparte, eterno lapso de um segundo
Buraco na consciência, contemplo a existência
Me apresso, perco a paciência até que me lembro
Que a razão da minha presença está guardada na essência
De ser mil dentro de um, mas sou só um dentro de mil
Dos filhos deste solo que és mãe gentil
Outro moleque do Brasil
Criado pra sentir no couro, nunca ver o ouro
Seguir magro, firme e fraco, algo raramente novo
Dia a dia correria, toda hora um novo esporro
Tapa na cara do suposto futuro do meu povo.

25 de abr. de 2010

teia sinestésica

Sentir teu beijo na teia melódica
Sentir tua alma nos extremos nervosos
Me fazer parte de ti
Te fazer parte de tudo
Me arranca de sono profundo
Me joga em viagem de ácido
Pauta sinestésica, falta de ar
Excesso de ar.
Sangue ácido, corpo além, estado aparte
Disritmia puramente melódica.
Tempo, contratempo, tempo
Compasso completo.
Me faz som, me desenha
Viro cor, viro onda
Sou tudo
Somos.

24 de abr. de 2010

x

G|---------------6---4--------------------|
D|-------0h4-5-0---7---5-----5-----------|
A|-----4-----------------5h7---5-----9---|
E|-0h5---------------------------5-7------|

Ad infinitum.


(porque o sentimento que a música provoca não pode ser reproduzido em palavras)

20 de abr. de 2010

hidropônica

Ok, acho que as coisas meio que param, quer dizer, não param, mas atingem um estado de conforto máximo (que nesse caso não é ruim não), que não demanda nenhum tipo de análise.
Porque escrever quando se está triste é fácil, quero ver é quem consegue quando está feliz.
Especialmente se for por causa de alguém, aí sim quero ver quem consegue escrever sobre alguma coisa que não seja o outro. Seria muito fácil divagar por páginas e mais páginas sobre todas as coisinhas, sinceramente estúpidas, que se tornam geniais vistas pelos olhos do apaixonado. Criar, não sei até que ponto esse ato é válido. Alguma coisa precisa ser munição, caso contrário não importa quantas vezes o gatilho seja apertado, nada acontece. Então: como conciliar o amor com a arte? O efeito entorpecente do amor age diretamente sobre a capacidade de criar em cima (ou continuar a brisa inicial) de qualquer coisa (que não seja, é claro, o próprio amor), e é por isso que, inúmeras vezes, me encontrei olhando para a página em branco odiando o amor.
Mas como odiar algo que te faz esquecer de tudo o que você odeia? Agindo como uma síntese organizada do ódio, o amor preencheu as lacunas deixadas pela corrosão causada por possíveis sentimentos nunca promovidos à um nível analisável. Então, digamos que, de certo modo, eu tenha me permitido sentir tudo, porém não antes de uma filtragem muito, muito cuidadosa.
Que contraditório.


Brisei.

15 de abr. de 2010

gritando

pretendo utilizar o que me faz bem
pra preencher minha falta estrutural
pra manter
minha
respiração.

,
)
\

7 de abr. de 2010

eis a questão

Uma breve sensação de ser infinito, de ser ar, gravidade, matéria, energia, livre, planar sobre ondas sonoras deixando um rastro de luz e uma impressão digital a cada mudança de compasso. Se libertar do eu, se libertar do corpo, ser alma ou qualquer coisa que você atribua à presença, estado, sentido, existência.
Ar da noite, quanto mais frio mais real, vento cortante, estimulante, pulso que acalma e dispersa os sentidos, liberta, revoluciona!
Revolução interna, sem sangue. Ebriedade vinda direto do gargalo que é o centro nervoso, entorpecido com o peso da não necessidade de se processar informações. Não processe, não entenda, só esteja lá, esteja aqui, em todos os lugares, em todos os sons e em todos os ventos. Tudo.

3 de abr. de 2010

soco

Depois que se lê duas páginas de um livro (pago uma cerveja pra quem, até o final do post, adivinhar qual) e percebe-se que não faz a menor idéia do que acabou de ler, ai sim que fica nítido como a imagem dela simplesmente não consegue deixar sua cabeça. Porque ela é linda, tem um toque lindo que ecoa até o fundo da alma. Toque. Tenho uma fome insaciável por tocar e ser tocado em todos os lugares que as mãos alcançam, e ela tem o modelo mais tocável de corpo que eu consigo imaginar.
‘a sensualidade é a mobilização máxima dos sentidos: observa-se o outro intensamente, procurando captar seus menores ruídos’

Quando leio sinto como se trilhas novas estivessem sendo abertas na selva dos meus pensamentos, como que para facilitarem a chegada a um entendimento comum. Algo do tipo.

Também queria entender por que sempre que leio algo em primeira pessoa, ou em terceira, mas numa narração que cave fundo nos motivos, é absolutamente impossível para mim sentir qualquer tipo de antipatia pelo personagem.

Entendo muitas coisas, e isso me confunde e me assusta, porque quando entendemos é possível ou imprescindível que, em algum nível, nos relacionemos com o que nos faz sentido. Então acho que concluo que tenho muitas, muitas coisas dentro de mim, que só recebem atenção quando são atiçadas por um fator exterior, como por exemplo, a leitura de algo que pode se tornar uma verdade própria.

‘a beleza por engano é o último estado da história da beleza.’ Não sei se concordo.

Afinal, eu concluo que, se não fosse ela, quem mais seria? Tem coisas que se encaixam e se completam, se remodelam em alguns pontos mas mantém a essência para continuar a execução (no sentido de fazer acontecer) da influência.

E é fato que o que nos empurra e nos leva à evolução ou glória ou qualquer outra coisa geralmente vista como positiva, é a atração pelo desconhecido. Porque não sabemos como é ser herói e nem como é ser feliz. Procurarmos conhecer tudo o que nos é mencionado, e é isso que faz as coisas mudarem. E é por isso que eu amo.

semi bloqueio

É difícil produzir alguma coisa meramente criativa quando a sua mente só tem uma coisa em pauta, juro. Mas, divaguemos:
Apoio a teoria de que o seu estado de espírito em um dia já está decidido mesmo antes de você acordar. Hoje, por exemplo: o primeiro som captado pelos meus ouvidos foi o barulho da chuva, o que já criou uma atmosfera específica e uma certa relutância quanto a sair da cama. Nesse momento, percebi que o dia seria regado a preguiça e vontade de ficar em casa ou, no máximo, encontrar alguém para ver um filme. E tudo bem, sabe. Do mesmo jeito que praia combina com sol, São Paulo combina com chuva e chuva combina com preguiça que combina com domingo, e eu sei que hoje é sábado, mas o sentimento não condiz.
A noite me chamou, mas é que.. eu tou tão bem aqui, tão seco e quentinho, sabe? Que coisa de velho, parei de escrever.

1 de abr. de 2010

a teoria das coisas

É como eu disse: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. E a coisa mais legal é que agora muito mais coisas fazem sentido pra mim, incluindo musiquinhas bobas de amor e clichês do tipo, porque agora ela é parte da minha vida, parte de mim e peça central do meu bem estar.
Tou feliz, de verdade, e por enquanto é tudo o que eu consigo expressar (:

23 de mar. de 2010

respirar.

Correu, cambaleou, socou o vento, chutou a pedra
Correu, perdeu o ar, gritou, parou.
Levou as mãos à cabeça
E fez um gesto como se quisesse arrancar tudo o que lá jazia
Se apoiou nos joelhos, fiéis joelhos, sempre apoiáveis;
Numa breve meditação, fez passar a dor.
E tentou se lembrar por que estava correndo
Não conseguiu.
E foi aí que percebeu
Que pela primeira vez em sua vida
Havia parado de correr.

22 de mar. de 2010

shut

É que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e nenhuma coisa é o que é a minha cabeça, antes abarrotada de lixo, depois de duas horas de caminhada dando voltas e mais voltas pelos quarteirões, sem nenhuma vontade de chegar ao suposto destino.
E a coisa que resta é a simples existência que só é lembrada pela dor que começa a se manifestar nas pernas e nos pés, mas quem liga. Abre a boca e sente a chuva, cara. Sente a noite. E depois disso, encontre uma praça e se sente no banco pra ouvir a cidade vibrando. Faz bem, juro que faz.
Have you ever felt free?

21 de mar. de 2010

devaneio das 2 da manhã

casue living is hazard if you dont fit the standard
biologically out of the possible manageable
so they all just try to cut out the rotten
leaving the parts that soon will be forgotten
cause it's easier like that, just stick with the past
reject all the new and the creative boom
forget 'bout the essense of the beauty of present
and support the fate of the so wanted doom

but no, not i
i will release the tension
and i will fight the so called salvation
cause souls werent meant to be saved
souls were meant to fly, souls were meant to create
never to beg for oh my god's sake

so if you're hearing this, just remember
if you are what you are and you're sure of it
if your doubts fly out like the summer
and your thoughts fly free like a stoner's
dont ever let them put you down
dont ever let them try to cover your face
and forget your real name
so say this out loud
say this like you're proud;

i do have my shit but i can live with it
i not only survive, i know that i'm alive
and because of that i can assure
shit feels better than a pot full of gold
if it allows you to live without hiding soul.

10 de mar. de 2010

basicamente

Aquele tipo de pessoa que pensa demais, fala demais e não se preocupa direito.
Que mantém um vício insaciável em música porque é a única coisa que faz sentido e combina com o que quer que seja, até com a sua própria confusão interna. Aquele tipo de pessoa que gosta de muitas coisas ao mesmo tempo e se confunde inteira e fica toda enrolada, correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Que também mantém um vício em literatura sustentado pela esperança de encontrar alguma linha que mostre uma verdade que esclareça uma verdade própria. Que quer sentir e fazer sentir o que quer que seja, da dor mais intensa ao amor mais sincero.
E que, como Sal Paradise, a única conclusão que consegue julgar plausível é que não tem nada a oferecer a ninguém, a não ser sua própria confusão.

4 de mar. de 2010

hazy, hazy, hazy..

Eu ando postando loucamente porque minha mente anda rodando nesse ritmo alucinante, enlouquecedor e, por mais estranho que pareça, não tão confuso como deveria.
É, eu sei lá. Não consigo parar de pensar, não consigo parar de me mexer, de absorver, de tentar entender. Tem uma bola de energia deslizando por dentro de mim e despertando coisas e questões que eu já considerava resolvidas. Nem sei do que que eu tou falando. Ta tudo muito louco, muito estranho. Tou sentindo falta de muita coisa idiota. Acho que eu sou uma criatura de hábitos mesmo. Quando tudo muda eu sinto que também preciso mudar, mas eu não queria fazer isso agora. Porra. Acho que é por isso que eu continuo fazendo o mesmo caminho de volta pra casa, mesmo ele sendo idiota agora. Mas eu não ligo de andar mais, me da um gosto de familiaridade. Ah.
É que eu não sei o que eu quero, nem sei pra que ponto eu gostaria de voltar, nem porra nenhuma. Não gostei do resultado, mas também não era feliz do jeito que era antes. E isso me assusta, cara, porque não quero ficar nessa situação que me faz perder a vontade de ter vontade, e eu já percebi que seria muito fácil cair nela agora.
Não sei mais o que falar porque não sei mais o que eu quero..
Não quero nada.

playground

Noite esverdeada.
Toda luz toma forma de estrela
Joga a cidade das cores na psicodelia.

Tudo acontece e ninguém pára
E um encontro de retinas
Tem que ser o suficiente pra descarregar na mente
O impulso de correr
Ou de ficar pra aprender.

O caos vicia.
Vicia e alucina
A noite vibra, imparcial
Nunca se pára
Não se fica sozinho
Se é.

2 de mar. de 2010

correção

sinceramente? é tudo mentira.
continuo na mesma merda.

permitir

Eu escrevo sempre sobre sentimentos porque os considero a coisa mais apreciável da vida. Meio gay, mas é verdade. É que na ausência deles, tudo se torna insípido, demasiado simples e todo mundo sabe que eu tenho uma capacidade admirável de apreciação pelo complicado.
Mas a questão é que agora minha mente e meus sentimentos fizeram as pazes e as coisas estão fazendo mais sentido. Atribuo isso à minha recente decisão de me deixar pensar no que eu sinto, ao invés de simplesmente sentir. Só sei que os dois formaram um bom par, e a complexidade por si só está começando a mostrar sua face mais compreensível.
É como eu disse no outro post; por enquanto eu só quero me entender, pra depois me resolver. Só que para que isso aconteça, estou tendo que me permitir a análise mental de muitas coisas que antes me assustavam, e ainda assustam. Mas que opção eu tenho se esse se mostrou o único caminho eficiente pra desatar o nó formado por todas as coisas que estavam me fazendo parar de sonhar?
Já comecei o processo de encarar o mundo, com a cara exposta a tapa. Agora é a hora de me encarar, do mesmo jeito mas com um tipo de julgamento muito mais difícil de ignorar: o meu.

26 de fev. de 2010

the fuckedupness of life and the beauty of it

Cause it does exist, you know.
Something like a fucking freakshow
Like it adds sense to the whole thing
Not having something to worry about really fucks the head up
I’ve been there, I tried
Doesn’t work for me
I need some shit, some problems to solve
I need a bad girl, some drugs to revolve
I have a huge problem with tranquility
I feel alone when I’m stuck in it
But I feel alone all the time so what’s the difference anyway.
At least when I have something to care about
It seems like it cares about me too
Like it chases me
Like it wants to fuck me up
And I kinda let it
Just so I have something to fight
To fight back, to have a reason to do so
I’m a troublemaker, I’m a troubleseeker
Sometimes it feels I don’t even ever want to be ok
It gets BORING
It’s shit.
So I seek not for happiness
I seek for action
I seek for anything that makes me want to fight
And I dunno if it’s my fault if I only want to struggle
For what fucks the shit out of me.
More exiting, something like that.
I have no fucking idea
Cause my mind is all fucked up
And I somehow seem to like it.
Fucking masochist.
Just look at the kid, enjoying the pain of being in pain.
How fucked up are you anyway.





dessa vez fluiu mais fácil em inglês.

23 de fev. de 2010

pagar a conta do analista

"Gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Assim é a noite, e é isso que ela faz com você. Eu não tenho nada a oferecer a ninguém, a não ser minha própria confusão."
- Jack Keuroac.

Uma das coisas que sempre salvam momentos de desconforto pessoal é a lembrança de algo tão pertencente a você que, por pior que te faça sentir, traz uma sensação já conhecida, conseqüentemente te jogando num tipo de lugar onde tudo faz sentido.
E acho uma pena que a lembrança que me cause esse efeito me dê tanta raiva, de mim, de tudo.
E lá vai mais uma das minhas contradições mentais: eu percebi que não adoto novos vícios ou emoções, eu simplesmente as troco. Então troquei um tipo de desconforto que ainda me é estranho por um velho inimigo, jurado de morte.
Afinal, o que eu quero dizer é: tem coisas que você ama odiar e odeia amar. Coisas que te fazem sentir bem só por senti-las, mesmo sabendo o quão mal elas fazem pra você.
Puro masoquismo emocional.

Acho que preciso de um psicólogo.

3 de fev. de 2010

silver

Cinco coisas que eu acho incrivelmente maravilhosas: o ar da noite (que é invisível para os olhos mas óbvio para o toque), lábios, pele, fumaça e sangue. Eu realmente gosto dessas coisas e poderia passar horas simplesmente contemplando-as.
Me sinto estranho. Não sei porque, só sinto. Ela. Não entendo por que. Mas ela me tem de um jeito indescritível, e quando eu digo indescritível não é uma simples hipérbole. Não tem ninguém que me faça assim, desse jeito estranho, nem que me coloque nessa posição de admirador das sutilezas contidas nos gestos, na voz, no olhar. Ahh, o olhar. Genial, incrível, tragando toda a minha atenção para o ponto onde se entrelaçam os rastros deixados pela intensidade da sua existência. É tão intenso, tão denso, tão absoluto. ela, eu, somos e formamos algo tão complexo, ao ponto no qual se torna compreensível simplesmente desistir de entender. Porque temos tudo para nos tornarmos personagens principais de um romance de Shakespeare, um tipo de versão distorcida de Romeu & Julieta, mas sem o beijo e o toque que dão sentido à coisa toda. Algo incrível, maravilhoso, doloroso, mas que eu me jogo dentro sem medo de sentir o que tiver que sentir, e me distraio passivo, aceitando e, de certo modo, venerando o fato de que o toque seria destrutivo à toda a nossa – citando Milan Kundera - (in)sustentável leveza de ser.

29 de jan. de 2010

anarquia

jura que você acreditou nas minhas brincadeiras de mentir
e nas minhas mentiras de brincar?
enquanto tentava executar todas as colocações que me serviam
do mais do que cliche verbo amar
e trocava manchas no meu ego por manchas de tinta no meu travesseiro
deixei pra trás o infinito segundo que anunciava a anarquia do sentir
assim como a irresponsabilidade mental, imposta por mim
e as noites que pareciam nunca ter fim

mas nada disso me colocaria a prova similarmente intensa
como te ver depois de 6 dias imensos
e o que mais me diverte é nunca ter certeza
se você vai continuar do mesmo jeito
me jurando o mesmo desejo
mas quem disse que eu me importo?
afinal, não passava de uma brincadeira de mentir
e eu juro que você não acreditaria como é fácil se deixar levar.

27 de jan. de 2010

deixa estar

Sabe quando você faz quinze anos e fica momentaneamente feliz com a sua idade? Porque antes disso sempre pensamos ‘cara, eu queria ser maior.’ Mas daí você faz quinze anos e começam a te aceitar como adolescente, e essa idéia começa a se acomodar confortavelmente na sua cabeça. Eis que, a margem dos dezoito anos, é jogado em nossas caras o desesperador sentimento de: ‘cara. não quero ser adulto’.
E é assim que eu estava me sentindo desde o meu aniversário. Só que de repente me bateu um troço estranho, uma mistura bizarra entre o medo de abandonar o título de adolescente (que, convenhamos, nos livra de muitas coisas) com uma ansiedade igualmente estranha por ser aceito como adulto. Eu sei lá por que.
Nossos pais e avós sempre nos dizem pra aproveitar enquanto ainda somos jovens, porque depois a vida se torna um rodamoinho de complicações. Minha parte ‘adulta’ me faz ter certeza de que eles estão certos, mas de algum modo, minha parte adolescente sonhadora me diz que não deve ser tão ruim assim.
Mas na superfície do fundo, meu passo decisivo de um degrau para o outro ainda tem um pé mais apoiado nessa parte sonhadora. Então é melhor só deixar estar, pois já percebi que essa crise de fim-nem-tão-fim-assim de adolescência tem um grande potencial de me fazer esquecer de aproveitar esses últimos anos do jeito que eu deveria.
E tenho dito.

25 de jan. de 2010

mormaço

Tédio. Palavrinha chata que resume três coisas: não encontrar, não querer ou não poder fazer nada que te leve à qualquer outro estado.
O tédio não é só estar sentado na frente do computador, torcendo para que alguém te responda alguma coisa. O tédio é um sentimento de total vácuo emocional e intelectual, como se uma coluna central estivesse faltando dentro de você. O tédio leva ao vício, ao amor por inércia. Te leva a qualquer coisa que te dê algo para pensar. Ou você acha que o meu amor é sempre de verdade verdadeira? Meu amor é uma puta duma demonstração de egoísmo, isso sim. Quase que uma brincadeira, um jogo de egos.
Aos dezessete anos, ancorei num momento onde nada é tão empolgante como quando se é criança nem tão importante como quando se é adulto. A única coisa que me resta é o amor inconseqüente, egoísta, temporariamente sincero porém extremamente condicional. E quanto mais difícil melhor. Afinal, qual é a graça em se jogar um jogo que você já sabe que vai ganhar?
Que venha o desafio e que roube a coroa do tédio!

13 de jan. de 2010

get up, stand up

“Você anda muito abstrata, Jay”
É, ando mesmo. Eu sei que ultimamente meus posts não tem feito muito sentido, me desculpem por isso. Mas é que a combinação cruel de tédio, cigarros mal fumados, uma dose de calor e outra de por-toda-minha-vida-procurei-essa-mulher-e-agora-que-encontrei-essa-piranha-não-me-quer (viva Soulstripper) fizeram meu cérebro perder a capacidade de formar pensamentos contínuos e compreensíveis por terceiros.
Então, pobre alma largada à esmo na Internet, daqui em diante vou procurar escrever coisas mais coerentes e fáceis de ler ok?

Hoje fui até a Av. Paulista, e para voltar pego um ônibus que me dá duas opções: ou desço na porta de casa e ando 10 metros, ou na avenida aqui perto e ando 500. Desci na avenida. Não só porque tem um mercadinho no caminho e eu queria comprar uma cerveja, mas também porque andar naquela rua me faz bem, especialmente agora que estou totalmente sem rotina. Todo dia útil passo por aquela rua e digo oi para o cara que vende tapetes (sim, tapetes) no farol, acabo o cigarro na mesma esquina e acompanho a construção dos prédios. Já escrevi sobre isso aqui, mas hoje essa caminhada foi particularmente especial pra mim. Estranho como nos sentimos confortáveis dentro de uma rotina, não?
E estranho pensar que esse ano tudo vai mudar. Mas tou curtindo muito essa idéia de mudança. Tenho um amigo que acredita em numerologia, e que disse que eu estou entrando no ano um, no qual as decisões tomadas afetarão os próximos dez anos da minha vida. Acho que é verdade, e como assusta toda essa carga de responsabilidade. Mas fazer o que? Chega uma hora em que temos que sair da nossa rotina, botar a cara a tapa e tentar conservar o que foi positivo até agora, mas sem medo de enfrentar o que está por vir.
Me desejem sorte.

8 de jan. de 2010

devaneio das 4 da manhã

Tou flutuando na criatividade, arrastada e puxada em todas as direções como se estivesse dentro de uma onda positiva de bem-estar e paixão direcionada ao ar, à terra e à garota que, sob minha concepção, é simplesmente perfeita, sendo a sua perfeição reafirmada por todas as suas sutis falhas.
tou bem atenta e facilmente estimulada por fatores externos, que são recebidos, absorvidos e refletidos após a adição de detalhes sórdidos elaborados pela minha loucura interna e completa totalidade de falta de sentido, o que é, basicamente, cruamente e estranhamente, o que eu me levanto contra.
Que?

out of touch

eu acho que, o amor, na sua essência menos perceptível, não passa do cenário caótico do estúdio de um artista
aonde os segundos, que parecem microscópicos enquanto se contempla a folha em branco
passam loucamente num compasso acelerado após a escolha de cores.
silenciosamente e inconseqüentemente, envolvidos por uma paixão não interpretável
que te faz esquecer de comer
de dormir
mas nunca, mesmo que indiretamente, de viver.

4 de jan. de 2010

sou

Tem sempre essa coisa chata no ar
Bem relativa à consciência de ser ou estar.
É nunca ter certeza se realmente tenho o momento
Ou se é o momento que me tem.

Mas eu vôo a vontade.
Plano num ar tóxico, encho os pulmões
Breah in, breath out, it’s coming down it’s going down.

Mas sobre pertencer;
Não é tanto no sentido de ter, e sim no de ser
Porque eu acho bem engraçado
Como a gente tenta sempre fazer parte
E ao mesmo tempo ser visto como algo aparte.

.


Feliz ano novo