20 de abr. de 2010

hidropônica

Ok, acho que as coisas meio que param, quer dizer, não param, mas atingem um estado de conforto máximo (que nesse caso não é ruim não), que não demanda nenhum tipo de análise.
Porque escrever quando se está triste é fácil, quero ver é quem consegue quando está feliz.
Especialmente se for por causa de alguém, aí sim quero ver quem consegue escrever sobre alguma coisa que não seja o outro. Seria muito fácil divagar por páginas e mais páginas sobre todas as coisinhas, sinceramente estúpidas, que se tornam geniais vistas pelos olhos do apaixonado. Criar, não sei até que ponto esse ato é válido. Alguma coisa precisa ser munição, caso contrário não importa quantas vezes o gatilho seja apertado, nada acontece. Então: como conciliar o amor com a arte? O efeito entorpecente do amor age diretamente sobre a capacidade de criar em cima (ou continuar a brisa inicial) de qualquer coisa (que não seja, é claro, o próprio amor), e é por isso que, inúmeras vezes, me encontrei olhando para a página em branco odiando o amor.
Mas como odiar algo que te faz esquecer de tudo o que você odeia? Agindo como uma síntese organizada do ódio, o amor preencheu as lacunas deixadas pela corrosão causada por possíveis sentimentos nunca promovidos à um nível analisável. Então, digamos que, de certo modo, eu tenha me permitido sentir tudo, porém não antes de uma filtragem muito, muito cuidadosa.
Que contraditório.


Brisei.