23 de set. de 2010

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E eu juro que não entendo
Como que, mesmo me entorpecendo
Ela me faz tão assim, eu.
E mesmo sob uma tonelada de nós
Continuo sendo um eu só meu.

15 de set. de 2010

reflexo com delay

Ok, vamo lá
Mil e uma razões e nonsenses depois, eu me percebo em cima dum skate a 40km/h, descendo a Av. Brigadeiro Luiz Antonio ouvindo qualquer banda dos anos 90 e flutuando, por um ou dois segundos, sem a menor preocupação quanto ao ônibus (biarticulado) que descia adoidado logo atrás de mim. E no terceiro segundo bateu um desespero, ainda mais quando eu olhei pra frente e vi um belo de um buraco no asfalto a menos de dois metros na minha frente. Nessa hora que eu, ou melhor, meu corpo, se jogou pra calçada e minha mente hesitou antes de me deixar salvar o skate de uma morte certa. Mas depois quando da tudo certo e bate aquela sensação de ‘caralho’, só o que resta contemplar sua falta (ou excesso) de amor pela vida.
E falando nisso, ando sentindo umas coisas meio estranhas. É que, de certo modo, me encontro num momento de completa paz e harmonia com o meu ser, e isso parece estar me levando a um distanciamento, ou melhor, peneiramento de quem eu quero perto de mim. Mas não do jeito que era antes. Antes eu escolhia as pessoas que eu achava “descoladas” o suficiente para ficarem perto de mim, e não porque eu me sentia assim, mas porque eu queria me sentir assim. Eu me importava tanto com o que pessoas que, hoje eu vejo como são vazias e imbecis pensavam, que as suas opiniões se tornavam minhas próprias. Coisa de ego adolescente babaca, sei lá. Mas ultimamente eu ando escolhendo pessoas que podem me ensinar alguma coisa sobre qualquer coisa e, de preferência algo que eu possa levar pra vida. Só que, percebendo isso, eu comecei a sentir uma raiva tão grande de como era antes, que comecei a questionar todo o embasamento do meu ser e o por que de toda essa merda. Algumas filosofias bem pesadas, na real; a ponto de eu me olhar de fora e não me reconhecer, e ficar com um medo muito honesto disso.
Sinto que alguma coisa desencadeou uma honestidade irrepreensível em mim, e eu não consigo mais mentir sobre quem eu sou. E CARALHO, mano. Isso é muito importante pra mim, porque uma sensação incomoda, tipo aquela etiqueta na lateral de uma camiseta, de ‘i’m a fake’ me cutuca a anos.
É como se muita coisa estivesse fazendo sentido agora que eu faço sentido, sabe? Minha mente nunca trabalhou tão rápido e nunca respondeu tantas questões em tão pouco tempo quanto agora que eu praticamente eliminei ou simplesmente descartei meus conflitos pendentes.
Sei lá cara. Eu tou tão bem, mas de um jeito que talvez não seja muito reconhecível. É que eu tou pensando demais, só que dessa vez não é ruim! Então se você me vir olhando pro nada ou descendo uma rua de skate sem ligar pra merda nenhuma, me deixa. Eu tou bem. Juro que tou.