24 de mai. de 2010

hey

Hey
Hey
Hey
Parei com tudo, juro.
em potencial?
heroína, mescalina, cocaína, benzedrina, ketamina, codeína,
metanfetamina e a velha eufemista morfina, sabe?
Pequeno morfino entorpecido
Há tempos só um pedaço porque
qual o sentido em dormir na inutilidade quando a plena consciência permite movimentos?
É que
Nada
Só um estado de alterego permanente
Me fiz e me destruí
Desenho tão bem alinhado
Me apaguei com cuspe
Corretivo mal aplicado e rabiscos pra garantir a posição de esquecimento definitivo
Pra me fazer ilegível até pra mim
Hey
Hey
Hey
Hey
Deficit de atenção com hiperatividade
E a diária dose lisérgica de todos os egos
E outra de qualquer coisa que possa ser apagada.
Lembrou?
Não, não, não, não, não.
E nem quero.
Nem ser nem estar
Nem sentir nem morrer
Difamei e ganhei o direito de re-definir o que é viver.
Hey.

19 de mai. de 2010

pulmonary archery

Tenho estados de espírito que podem ser canalizados em dois tipos diferentes de arte: música e escrita. Agora eu tou no canal musical então minha habilidade literária está meio reduzida. (então desculpa se isso fizer pouco ou nenhum sentido.)
Desenterrei minha guitarra e entrei no universo paralelo das ondas sonoras que podem ser sentidas na pele. Minha percepção quando faço música é algo tão aparte do meu estado de consciência habitual que devo parecer um maníaco, enquanto brinco com a infinidade de sons absolutamente mágicos que podem ser tirados de qualquer coisa. Não sei direito o que tanto me fascina a respeito da música, não sei mesmo. É como uma abdução cerebral que me leva até onde eu quero, é como um livro que me faz ser quem eu quero, sei lá. Música é energia que se sente em todas as partes e que coloca sintonia e ritmo nas ondas do pensamento. Sou viciado nesse ritmo, em qualquer ritmo, com suas variações súbitas mas totalmente previsíveis, que me dão uma sensação de calma por conseguir entender o porquê daquilo ser como é. Me faz bem demais, cara. Quero ouvir todos os sons do universo e combiná-los numa melodia perfeita, numa canção que te leve a um delírio tão infinito quanto a variedade de barulhos, mas que acabe assim que a próxima começar. A música me deixa preso ao presente mesmo que me lembre do passado, e isso me faz sentir seguro e aconchegado numa colcha de retalhos que, mesmo sendo tecida por algo que não se vê, causa uma sensação de conforto absoluto.

17 de mai. de 2010

on mute

Pain turns back into pleasure
Worn off warms crawl back home
Morning sun, come and blind me
Admirable cruelty of unexpected light

Limbs cry for disattachment
Rest, in peace, in sound, unsafe
Brain shot off along with the night
A walking lack of life

Pure soul with no emotion to show
Pure gold far too cheaply sold
Pure cocaine yet I still feel sane

Have you ever been insane?
It’s like living for nothing
But forced to feel everything.

How could you not want it.

11 de mai. de 2010

musique

Ela acha que minha ligação com a música é algo estranhamente especial. Eu concordo.
É que eu procuro criar ligações especiais com o que faz sentido pra mim.
O que inclui ela.

diferença

Há dois tipos de leitores
Aqueles que lêem com o marcador de página em mãos
E os que o deixam em qualquer outro lugar.
A diferença?
Os que o tem em mãos já planejam fechar o livro
Os que o deixam de lado se permitem ler sem limites.

8 de mai. de 2010

inútil

Escrever pra quê se não pro real?
Se não for, me machuca, me faz mortal.
Não consigo ser poeta fingidor
Então, escrever pra quê se não há dor?