22 de nov. de 2009

após

Lá, no fundo. Passou a parte irritante, a parte complexa, a parte simples, a parte nonsense, passou a razão, cortou a comunicação. No fundo, de tudo, algo que não devia estar lá.
Cansaço, poderia ser isso? Mas não é.
Vontade? Quem sabe. Do que? Não se sabe.
Lá no fundo é escuro e nossos olhinhos humanos não foram treinados pra isso, nossa razão não foi treinada pra auto-compreensão. No fundo.
Tou triste, tou sozinho. Quantos clichês, que saco de sentir, que saco de ler, né não? Sei que é, odeio. Raiva, minha velha teoria inimiga elaborada aos treze anos: tudo acaba em raiva. Do que? Não se sabe, mas odeio.
E como.

dissonante

- i'm in a quite good moment to escape
- cool
- might be
- seems to be
- should be..
- then it is
- then it is..
- until seeing that escaping is just another easy way to avoid it
- right?
- right
- but.. now that you're here.. you might as well go too far.
- so just go for it.

just go for it.

(não gosto de postar em inglês.)

15 de nov. de 2009

ponto ponto

Ponto
Contraponto.

‘Um. Dois. Três. Agora.’ E nada. Nada, cara, por que não? Já era a vigésima vez que contava até três, na tentativa de causar algum movimento, um espasmo muscular que fosse, algo que impulsionasse aquele corpo tenso, embriagado e jovem em direção ao outro de estado, imaginava, igual. Tudo incomodava, o tapete cinza, a fumaça branca no ar, a maldita música que não acabava nunca. ‘bom esse CD né? ‘é, um dos meus preferidos.’. silencio, de novo. Um, dois, três. Nada. Criança metida a gente grande, achando que manda no mundo quando nem mesmo o controle de seus próprios músculos dominou. Tentou lembrar de alguma história pra contar, algo que a fizesse rir, algo que a fizesse notar sua existência como algo além da simples existência. Nada, seguido pelo um, dois, três, e novamente pelo nada. Imaginava o que, meu deus, o que estava impedindo o impulso nervoso de chegar aos músculos. Tentou culpar o álcool, o fumo, a temperatura do quarto, o ar pesado, os planetas, até que percebeu que tudo isso não passava de uma simples e desnecessária tentativa de desviar sua mente da futura sensação de fracasso, que seria certa a não ser que fizesse o Agora valer. Um, dois, três. Até deixou escapar um ‘que se foda.’. E foi.

9 de nov. de 2009

sem vento

Tédio, não por falta do que fazer
Sim por falta do que curtir
Do que amar, do que guardar
Do que mergulhar de cabeça
Sem medo e sem rancor

Cansado, de ficar sempre no limite
Entre o caos e a previsibilidade
Estranho, digamos assim
Esse meu jeito contraditório
De bêbado equilibrista

Trancado, num quarto de janelas abertas
Esperando a vida entrar
Algo pra curtir, algo pra amar
Qualquer coisa que eu possa guardar
Qualquer coisa construtiva
Quem sabe até mesmo destrutiva.

8 de nov. de 2009

entre umas e outras

Luzes piscantes e frenéticas de um lugar desconhecido fazem muito mais do que simplesmente confundir o sentido da visão. Afetam todos os 5 e também um sexto – a percepção de si mesmo e a sua influência sobre o meio, assim como a influência que o meio exerce em você. Tudo fica confuso e sinais ficam mal interpretados, mas a gente continua pagando pra entrar, beber e dançar. É que sobriedade demais faz mal, cara.

Contradições espaciais
, eu sei lá? Preguiça de escrever, tou cansada, levei um chute que ainda dói. E não é metáfora não. Tem dias em que o mundo conspira contra tudo o que você quer, mas ceder à uma simples maré de azar é coisa de perdedor. Legal mesmo é tomar chuva, levar chute, pisar na lama, ser erroneamente acusado, perder dinheiro e uma pontinhazinha do ego. Ego eu tenho demais, então pode levar. Quem sabe eu viro uma pessoa mais bacana pra essa coisa toda de vida em sociedade, né não?

Mas até que fez sentido, porque fazia tempo que alguma coisa não fazia sentido.
Pelo menos foi isso que ela disse.

3 de nov. de 2009

terça-feira

Isso, vai, senta direitinho, daquele jeito que nem parece ensaiado. Fuma seu cigarrinho vai, daquele jeito que você aprendeu observando toda aquela gente bacana. Afinal, o que é um câncer pra quem tem umas cem provas e trabalhos e anos de vida (que não prometem nada além de um contínuo aumento dos níveis de stress) pela frente? Nada, a gente é jovem, cai, quebra a cara e alguns ossos e em dois meses tá de volta com tudo né?
É – tou dando a cara a tapa mesmo. Vá em frente, vem com tudo. Depois da décima vez que você a encontra caída no chão, dor vira uma coisa até que engraçada, quase prazerosa.
Afinal, por que outro motivo eu continuaria te encarando com um sorriso irônico e babaca se não gostasse de levar uns belos duns tapas?
Pergunta obviamente retórica.