31 de dez. de 2011

31/12/11

what you got to lose?

6 de dez. de 2011

lay around

Quero o que eu sei que nunca poderei possuir, vivo tentando me encontrar em alguma historia que já li ou me identificar em algum personagem que já imaginei ou descobri. Para me aproximar de mim tendo a me afastar da minha realidade, do meu plano.
... E perco-me tanto nessas idas e vindas, viagens constantes por universos que não são e ao mesmo tempo são tão meus.
Saudades dos meus universos que não sei acessar, apenas estar.
Mas esse tipo de saudade (talvez todo tipo) se baseia em uma impressão de algum momento especifico, porque lembrar o todo de uma vez não existe.
Saudade de alguém é foda, mas também faz tempo que não sinto.
Por isso que não acho tão difícil deixar algumas pessoas e suas histórias para trás: me canso delas, me canso de tanto me identificar nelas, sinto que já conheço e já exauri o melhor que pode me ser oferecido, o que não quer dizer que essas pessoas são ruins ou vazias, só que a parte a qual eu tenho direito já foi explorada de todos os lados. Não que eu me apresente diferentemente disso, claro que não.
Por isso apoio a troca constante, mesmo sem saber se isso não passa de um caminho para a solidão, e talvez seja, mas foda-se. Foda-se.
É foda porque eu não consigo me sentir livre, e sempre me prometi que seria livre independente do que o mundo pedisse de mim, mas quando esse mundo se expressa através das pessoas que você ama, é foda dizer não, é foda dizer foda-se. Não posso. E não poder já suprime a liberdade.
Consciente, sinto-me tragado pela prisão que presume a existência no meu contexto.
Odeio tanta coisa, e só as odeio porque amo seus opostos.
E também não ligo pra muitas coisas, mas sou apedrejado por não englobá-las ao meu campo de interesse. E não tou falando de celebridades nem merdas do tipo, só de pessoas e suas historias.
Como já disse, já carrego o peso de minha existência e não sou forte (ou talvez só seja preguiçoso) o suficiente pra levar outros mundos nas costas. Call me an asshole, i am one.
Hate me, please do. Cansei de supervalorizações, i’m a genuine fucking fake, mas por simples culpa do significado. É que eu simplesmente não existo como algo sólido.

20 de nov. de 2011

letzten Teil (ou instabilidade do processo mental)

I roll deep inside my constant changing mind
I seek and rearrange me only so I can find
The one I aim to be and what is real for me
So I can stay true, fly by, sit back and breathe

My head’s taken on the way for my choices
Which means now reason rules all of my voices
Took over actions, unstable mind process
Made me realize that life comes with losses

And now i float, flowing on a natural rhythm
Undependable, comprehensible, I’m spinning
Reasonable, unforgettable, so true
I’m lying on my back in the center of a room
Sucking up on will, feeding up on stress
Sometimes I just feel like I just couldn’t care less
And even though things lay around in a mess
I’m clearing up my throat and trying to relax.

segundo ato

E me acusam de calado, mesmo quando cada pequena partícula em mim está preocupada em pertencer ao momento. O que não exclui as vezes em que não consigo nem quero pertencer a nada e desfilo com a cara exposta e arranho antigas cicatrizes, me concentrando para compreender impulsos nervosos incompletos. Estagnação sem fim... justificativa fácil para querer fugir de si mesmo.

Mentira
Agora eu aprendi que as coisas indefiníveis podem ser definidas como indefiníveis, o que facilita minha comunicação e edificação interna. Não que isso me ajude muito, não agora. Entendo os méritos por esforço, mas não me entendo o suficiente para atingir tal grau de organização externa. As alternativas custam caro, literalmente, mas devem compensar e criar um caráter similar. Atalhos nada além são do que materializações do método do pensamento humano (ao que pertenço, conheço e sigo): simplificar, classificar, designar e consumir. Método que só se fez meu através do processo educacional que se auto contradiz ao tentar preparar para um futuro que já é passado. Minha mente é palco para uma dança frenética de agonias relacionadas ao inferno das infinitas possibilidades, que me assusta de modo sufocante, afinal, sou mortal e o infinito não me é concebível. Estar a mercê do tempo é um privilégio que custa ao ego, pois não compreender dói, mas nem sempre mais do que de fato compreender. E cada duvida que não encontra sua resposta deixa uma falha em alguma continuidade, o que torna convidativa a instalação de qualquer conceito minimamente satisfatório.
Ou seja: ao definir algo como indefinível, não consigo evitar saber que estou meramente me corrompendo para verdades não apuradas, mesmo sendo necessário aceitar que não há tempo o suficiente em uma vida para investigar cada possibilidade que possa tornar um fato um fato. Esse método é um atalho: Uma alternativa que cobra energia sob outra forma, mas invariavelmente cobra. E aceitar nossa capacidade de compreensão como limitada (talvez pelo tempo) é o estopim da batalha do ego.

por enquanto

Debato-me dentro do campo de possibilidades e impossibilidades que me cercam, instigam e me fazem perder o foco e a certeza de qual jeito de ser mais me traz prazer.
Porém esqueço que meu prazer é subjetivo às vontades que, imprevisíveis como os movimentos de um beija-flor, se direcionam para as diversas fontes de vida ao meu redor, sendo tais direções inevitavelmente apontadas por algum tipo de fio ligado à minha juventude.
Todas as fontes me parecem eternas, e a batalha entre a certeza e a incerteza de um dia seguinte me causa uma necessidade quase primitiva de sugar o melhor e o máximo possível de qualquer momento. Só que eu sei que, por não conhecer o máximo e o melhor possível, falho em minha tarefa, e cresço, porque aprendi mais.
O problema é que crescer também traz a consciência de que você não sabe de nada sobre nada. E sabendo que você nunca soube nada sobre nada, surge uma vontade de jogar fora tudo o que já foi, tentar virar a página e se tornar um ser humano melhor. Não sei dizer se isso é idealista ou um erro fatal, e não consigo entender como não encontro a força para ser mais aplicado e centrado. Talvez seja porque, no fundo, eu saiba que isso pouco importa – o que também não significa que eu saiba o que importa. Decidir entre se importar ou não acarreta na parte mais difícil, e a qual eu estou passando: conseguir se identificar sem perder sua identidade, aquele quê que te faz ter certeza de que só você é como você. O curioso é que essa certeza também causa solidão e, de forma quase insolente, essa solidão causa incerteza.
Dedico uma parcela muito grande do meu tempo ao sofrimento e à busca por imperfeições, hábito antigo que carrego comigo desde que consigo me lembrar.
Aqueles que aceitam me entender se irritam com isso, e eu entendo. Contemplar, mesmo em momentos abarrotados de perfeição, a possibilidade de algo em mim estar prestes a gritar e apontar alguma falha deve ser muito frustrante.
Minha reação imediata a tal sentimento de decepção é tentar me consertar, remendar as rachaduras e me pintar com tinta fresca. Procuro tanto por rachaduras que encontro todas elas, e são sempre as recém descobertas que acabam levando a culpa por falhas maiores – e também menores – que compõem o meu dia-a-dia.
Eu sei que minha aparência psicológica inicial revela uma tendência à autodestruição, mas não é isso que procuro. Busco pelo prazer e sou diariamente condenado por isso, menos por os que me rodeiam do que por os que me habitam. Me escondo de mim e não sei porque. Afinal, para o outro eu não hesito em me derramar sobre mim mesmo, me concedendo elogios e elogios disfarçados de criticas. Nesse estado de absoluta pureza humana, não sei como e nem se quero lidar com tamanha limpidez.

17 de jul. de 2011

"Music is a sedative

and you put out what you put in."

1:40 AM

thoughts come out like crazy and i dont even try to stop them, cause, i am, currently, travelling through the most aerial, stable and at the same time uncertain area of this endless network of decicions that we all call life. it feels as if my body could float and my blood boils free, giving me a sense of peace and admiration for the things i have done before.
and even though sometimes i feel like i have everything i need, there's some kind of hole in me that gives my spirit a reason to exist.

15 de jun. de 2011

.

Things that really make me happy:
Skateboarding
Music
Her
Her
Them.

16 de mai. de 2011

fuckinghell

O maravilhoso site no qual eu hospedava as imagens do blog MORREU hoje. E, como se Deus tivesse acordado essa manhã especialmente pra me trolar, mais cedo eu sem querer apaguei elas do computador também.
resultado: Tou aqui esperando o programa acabar de encontrar, dentre TODOS os arquivos que já foram deletados do meu computador, 5 belas imagens que compunham esse blog.
Mal ai galere, mas por enquanto vai ficar esse layout padrão do blogger. Tou sem saco pra codificar qualquer outra coisa agora.

valeu, beijolas

8 de mai. de 2011

já é

Play. Vontade de gritar, mas sigo o ritmo com os pés
Vontade de espalhar, mas prendo em mim como a fé.
Sinto os tons, vejo os pratos vibrando como um gozo
Fico puto.
Preciso expressar antes que me mate
Descobrir se mais alguém entende todo o sangue
Dividir o gosto do ferro, achar um novo vício
Uma vez que mesmo saudável, esse me prende o peito;
Meus ouvidos sangram
Preciso re-expressar a forma mais pura de expressão que eu conheço..
Fudeu.

vish

Às vezes eu odeio o fato de precisar escrever sobre ALGUMA COISA. Queria que fosse possível simplesmente escrever, sem nenhum significado específico por trás de uma expressão colocada em num lugar qualquer. Queria conseguir passar através de um texto os minimalismos, como por exemplo, o jeito qual me sento na cadeira e acendo um cigarro atrás do outro como que na esperança de que a brasa traga uma luz de lirismo pra minha vida, qualquer merda assim. Porque no fundo, é esse o sentimento que eu quero passar, não o que eu senti antes de abrir a página em branco.
É foda cara. Viver é uma aventura que já foi escrita. Tentar se diferenciar ao reescrevê-la com as suas palavras é uma das poucas liberdades que nos restam, pelo menos ao meu ver.
É que sei lá. Domingos são estranhos.

badly

i like your feel, how i perceive your energy and its tones
as well as the represention of such, placed upon the honesty i hold
for when it comes to me and the ilusion of being free
your existence being here is all i can ever seek.
and as if just because i can only see,
the invisible loneliness of the season blue makes me weak
makes my withins go deep
so deep, after some burnt memory of your skin
and it´s heat
and it´s beat.

5 de mai. de 2011

oooorra

Sei lá. Logo depois das 4:20 consegui tirar minha bunda desse quarto e me mandei pra uma praça aqui perto. Sentei por lá, ouvi uma música, deitei na grama, olhei pra cima e contemplei tudo o que eu fiz até agora. E cheguei à conclusão de que eu sou um péssimo ser humano, com péssimos hábitos, pouca força de vontade, uma mala de hipocrisia e medo de não conseguir me manter forte o suficiente pra achar o meu espaço, do meu jeito.
A próxima frase ia ser sobre como pode ser uma merda ter 18 anos, mas percebi que escrevo isso desde os 12, o que me assusta e me faz perder a vontade de lutar. Eu sei de tudo o que se deve falar pra alguém que tá prestes a desistir de tudo, mas eu mesmo não consigo me ouvir. Acho que todo mundo é assim.
Me sinto preso entre a consciência, o orgulho e a vergonha de ser quem eu sou. Quem nunca se sentiu orgulhoso ao mandar um ‘fuck you all, i AM a fucking slacker.’, e quem nunca sentiu vergonha ao ser chamado de slacker por alguém que admira? Porra.
Tou me sentindo inútil demais, cara. E eu sei que é só mudar. Mas pra mim, ser assim é tão automático quanto a ordem em que passo sabonete no banho. Tenta mudar essa ordem pra você ver só. Não é nem que você não consegue, mas você esquece, bodeia, se acostuma com os hábitos e os abraça como parte de você. Porra, eu sei de cor todos os argumentos que podem ser lançados contra o meu ‘estilo de vida’. Sei mesmo. Do mesmo jeito como você sabe que não deve comer bacon com ovos no almoço.
Na real esse texto foi concluído na frase ‘me sinto preso entre a consciência, o orgulho e a vergonha de ser quem eu sou’. O resto foi só pra encher lingüiça.

28 de abr. de 2011

heaven restores you in life

Olho em volta e me percebo em movimento. Não só constato que estou dentro de um ônibus, como percebo que dessa vez, eu realmente não estava no presente, real e rotineiro. Tento lembrar de onde estive, mas a consciência de que eu estava lá cria uma barreira de pretensão que destrói toda a autenticidade da viagem. Salto do ônibus e ando atento com medo de que alguém perceba minha readquirida consciência de mim, o que me faz prestar atenção no jeito como eu ando. Avisto policiais e fito-os nos olhos, na tentativa de me fazer sentir menos frágil, mais perigoso, mais vivo. Acendo um cigarro para aumentar minha vivacidade, paro para esperar os carros passarem e olho para as pessoas ao meu redor, ansiosamente esperando que alguém olhe de volta, e melhor ainda se com desdém.
Tento parecer pior do que sou para poder criar argumentos que me convençam de que sou melhor do que penso.
Funciona.

22 de fev. de 2011

meh.

Segunda-feira pela noite, Morrissey embalando o clichê da minha melancolia pós-adolescente que, por algum motivo, me parece ter numa grandeza daquelas inversamente proporcionais, mais motivos e menos sentido do que aquela melancolia quase agradável de quando eu tinha meus treze anos.
Cheguei ao meu destino sem saber falar a língua local e agora só observo, procurando alguém que me traduza todos os gestos do mundo, porra de mundo que continua me cuspindo pra fora quando acaba o meu sabor. Mas, mas, mas, mas, sem mas. É só isso mesmo. Claro que continuo me jogando de volta, o que mais eu posso fazer? Otimismo é uma questão de sobrevivência, não de opção. Claro que sou otimista. Mas meu ótimo não é o seu ótimo, às vezes meu ótimo não é nem meu. Mas na real, que se foda.

10 de jan. de 2011

honestamente

Quando acordar envolve mais do que abrir os olhos, você sente que se aproxima de uma curva numa estrada desconhecida - sem saber o que virá a seguir, mas com uma certeza incomum quanto ao que foi deixado para trás. Acordo com as costas leves, com a visão clara, com a mente apta a assimilar todo e qualquer estimulo enviado. Mas, do mesmo jeito como normalmente evita-se observar demais um sanduiche comprado num bar sujo, a visão mais clara que conquistei me causa náuseas. Estou cercado por tudo o que me pertence, mas não pertenço, não vivo do mesmo combustível e meus movimentos são calculados na base de outro sistema métrico. Entrei num jogo muito mais complexo do que gostaria, mas a partir do momento em que compreendi as regras, percebi que eu era o único que o havia feito - o que me deixa em uma posição delicada, porém privilegiada. Assim me torno franco-atirado, me torno ex-futura vitima com uma arma destravada no bolso e olhar desavisado. Me torno mentiroso, me torno canalha filho da puta cretino de merda, me torno tão verdadeiro que sinto medo, sinto como se tivesse acordado novo e completamente honesto.
Mas as náuseas continuam...
E todo remédio eventualmente sai do sangue ou vira toxina sob os olhos do corpo, que parece querer o mérito de se curar sozinho. Admiro tamanha coragem, tento condicionar minha mente ao mesmo comportamento. Mas por enquanto a dose só aumentou, e o efeito diminuiu. Hora de abrir a velha garrafa de Whisky. Talvez, em seus 18 anos de amadurecimento ela tenha alcançado um nível maior de conformismo com o mundo do que eu. Ou pelo menos um sabor que valha o seu preço.
Que seja, só me sirva uma dose e fique por perto enquanto eu cambaleio por entre gentilezas falsas e amores forçados, laços que parecem terem sido soldados ao quarto que, ao mesmo tempo que me prende, serve de fortaleza impenetrável. E lá fora é tão áspero que nem o cheiro dos milhares de baseados consegue sair.
Continuo trancado num quarto de janelas abertas, ironizando a própria ironia e sortido de um medo que é tão meu quanto o ar que me cerca. E com base na propriedade indefinida de tudo, me permito uma chama de esperança quase infantil. Uma chama que, cercada de ar viciado, curiosamente tende a se inclinar para a janela. Interpreto-a como um farol na escuridão do mar, e levo meu corpo cansado de marinheiro perdido para perto dela, luz quente que me cega, cessando o sentimento de nojo e me acolhendo mais do que meu lar. Ah, alivio! Procuro-te, desejo-te, acredito em tua existência, pois nesse e em outros momentos, é tudo o que me resta.



Feliz ano novo!