20 de nov. de 2011

segundo ato

E me acusam de calado, mesmo quando cada pequena partícula em mim está preocupada em pertencer ao momento. O que não exclui as vezes em que não consigo nem quero pertencer a nada e desfilo com a cara exposta e arranho antigas cicatrizes, me concentrando para compreender impulsos nervosos incompletos. Estagnação sem fim... justificativa fácil para querer fugir de si mesmo.

Mentira
Agora eu aprendi que as coisas indefiníveis podem ser definidas como indefiníveis, o que facilita minha comunicação e edificação interna. Não que isso me ajude muito, não agora. Entendo os méritos por esforço, mas não me entendo o suficiente para atingir tal grau de organização externa. As alternativas custam caro, literalmente, mas devem compensar e criar um caráter similar. Atalhos nada além são do que materializações do método do pensamento humano (ao que pertenço, conheço e sigo): simplificar, classificar, designar e consumir. Método que só se fez meu através do processo educacional que se auto contradiz ao tentar preparar para um futuro que já é passado. Minha mente é palco para uma dança frenética de agonias relacionadas ao inferno das infinitas possibilidades, que me assusta de modo sufocante, afinal, sou mortal e o infinito não me é concebível. Estar a mercê do tempo é um privilégio que custa ao ego, pois não compreender dói, mas nem sempre mais do que de fato compreender. E cada duvida que não encontra sua resposta deixa uma falha em alguma continuidade, o que torna convidativa a instalação de qualquer conceito minimamente satisfatório.
Ou seja: ao definir algo como indefinível, não consigo evitar saber que estou meramente me corrompendo para verdades não apuradas, mesmo sendo necessário aceitar que não há tempo o suficiente em uma vida para investigar cada possibilidade que possa tornar um fato um fato. Esse método é um atalho: Uma alternativa que cobra energia sob outra forma, mas invariavelmente cobra. E aceitar nossa capacidade de compreensão como limitada (talvez pelo tempo) é o estopim da batalha do ego.

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