29 de jan. de 2010

anarquia

jura que você acreditou nas minhas brincadeiras de mentir
e nas minhas mentiras de brincar?
enquanto tentava executar todas as colocações que me serviam
do mais do que cliche verbo amar
e trocava manchas no meu ego por manchas de tinta no meu travesseiro
deixei pra trás o infinito segundo que anunciava a anarquia do sentir
assim como a irresponsabilidade mental, imposta por mim
e as noites que pareciam nunca ter fim

mas nada disso me colocaria a prova similarmente intensa
como te ver depois de 6 dias imensos
e o que mais me diverte é nunca ter certeza
se você vai continuar do mesmo jeito
me jurando o mesmo desejo
mas quem disse que eu me importo?
afinal, não passava de uma brincadeira de mentir
e eu juro que você não acreditaria como é fácil se deixar levar.

27 de jan. de 2010

deixa estar

Sabe quando você faz quinze anos e fica momentaneamente feliz com a sua idade? Porque antes disso sempre pensamos ‘cara, eu queria ser maior.’ Mas daí você faz quinze anos e começam a te aceitar como adolescente, e essa idéia começa a se acomodar confortavelmente na sua cabeça. Eis que, a margem dos dezoito anos, é jogado em nossas caras o desesperador sentimento de: ‘cara. não quero ser adulto’.
E é assim que eu estava me sentindo desde o meu aniversário. Só que de repente me bateu um troço estranho, uma mistura bizarra entre o medo de abandonar o título de adolescente (que, convenhamos, nos livra de muitas coisas) com uma ansiedade igualmente estranha por ser aceito como adulto. Eu sei lá por que.
Nossos pais e avós sempre nos dizem pra aproveitar enquanto ainda somos jovens, porque depois a vida se torna um rodamoinho de complicações. Minha parte ‘adulta’ me faz ter certeza de que eles estão certos, mas de algum modo, minha parte adolescente sonhadora me diz que não deve ser tão ruim assim.
Mas na superfície do fundo, meu passo decisivo de um degrau para o outro ainda tem um pé mais apoiado nessa parte sonhadora. Então é melhor só deixar estar, pois já percebi que essa crise de fim-nem-tão-fim-assim de adolescência tem um grande potencial de me fazer esquecer de aproveitar esses últimos anos do jeito que eu deveria.
E tenho dito.

25 de jan. de 2010

mormaço

Tédio. Palavrinha chata que resume três coisas: não encontrar, não querer ou não poder fazer nada que te leve à qualquer outro estado.
O tédio não é só estar sentado na frente do computador, torcendo para que alguém te responda alguma coisa. O tédio é um sentimento de total vácuo emocional e intelectual, como se uma coluna central estivesse faltando dentro de você. O tédio leva ao vício, ao amor por inércia. Te leva a qualquer coisa que te dê algo para pensar. Ou você acha que o meu amor é sempre de verdade verdadeira? Meu amor é uma puta duma demonstração de egoísmo, isso sim. Quase que uma brincadeira, um jogo de egos.
Aos dezessete anos, ancorei num momento onde nada é tão empolgante como quando se é criança nem tão importante como quando se é adulto. A única coisa que me resta é o amor inconseqüente, egoísta, temporariamente sincero porém extremamente condicional. E quanto mais difícil melhor. Afinal, qual é a graça em se jogar um jogo que você já sabe que vai ganhar?
Que venha o desafio e que roube a coroa do tédio!

13 de jan. de 2010

get up, stand up

“Você anda muito abstrata, Jay”
É, ando mesmo. Eu sei que ultimamente meus posts não tem feito muito sentido, me desculpem por isso. Mas é que a combinação cruel de tédio, cigarros mal fumados, uma dose de calor e outra de por-toda-minha-vida-procurei-essa-mulher-e-agora-que-encontrei-essa-piranha-não-me-quer (viva Soulstripper) fizeram meu cérebro perder a capacidade de formar pensamentos contínuos e compreensíveis por terceiros.
Então, pobre alma largada à esmo na Internet, daqui em diante vou procurar escrever coisas mais coerentes e fáceis de ler ok?

Hoje fui até a Av. Paulista, e para voltar pego um ônibus que me dá duas opções: ou desço na porta de casa e ando 10 metros, ou na avenida aqui perto e ando 500. Desci na avenida. Não só porque tem um mercadinho no caminho e eu queria comprar uma cerveja, mas também porque andar naquela rua me faz bem, especialmente agora que estou totalmente sem rotina. Todo dia útil passo por aquela rua e digo oi para o cara que vende tapetes (sim, tapetes) no farol, acabo o cigarro na mesma esquina e acompanho a construção dos prédios. Já escrevi sobre isso aqui, mas hoje essa caminhada foi particularmente especial pra mim. Estranho como nos sentimos confortáveis dentro de uma rotina, não?
E estranho pensar que esse ano tudo vai mudar. Mas tou curtindo muito essa idéia de mudança. Tenho um amigo que acredita em numerologia, e que disse que eu estou entrando no ano um, no qual as decisões tomadas afetarão os próximos dez anos da minha vida. Acho que é verdade, e como assusta toda essa carga de responsabilidade. Mas fazer o que? Chega uma hora em que temos que sair da nossa rotina, botar a cara a tapa e tentar conservar o que foi positivo até agora, mas sem medo de enfrentar o que está por vir.
Me desejem sorte.

8 de jan. de 2010

devaneio das 4 da manhã

Tou flutuando na criatividade, arrastada e puxada em todas as direções como se estivesse dentro de uma onda positiva de bem-estar e paixão direcionada ao ar, à terra e à garota que, sob minha concepção, é simplesmente perfeita, sendo a sua perfeição reafirmada por todas as suas sutis falhas.
tou bem atenta e facilmente estimulada por fatores externos, que são recebidos, absorvidos e refletidos após a adição de detalhes sórdidos elaborados pela minha loucura interna e completa totalidade de falta de sentido, o que é, basicamente, cruamente e estranhamente, o que eu me levanto contra.
Que?

out of touch

eu acho que, o amor, na sua essência menos perceptível, não passa do cenário caótico do estúdio de um artista
aonde os segundos, que parecem microscópicos enquanto se contempla a folha em branco
passam loucamente num compasso acelerado após a escolha de cores.
silenciosamente e inconseqüentemente, envolvidos por uma paixão não interpretável
que te faz esquecer de comer
de dormir
mas nunca, mesmo que indiretamente, de viver.

4 de jan. de 2010

sou

Tem sempre essa coisa chata no ar
Bem relativa à consciência de ser ou estar.
É nunca ter certeza se realmente tenho o momento
Ou se é o momento que me tem.

Mas eu vôo a vontade.
Plano num ar tóxico, encho os pulmões
Breah in, breath out, it’s coming down it’s going down.

Mas sobre pertencer;
Não é tanto no sentido de ter, e sim no de ser
Porque eu acho bem engraçado
Como a gente tenta sempre fazer parte
E ao mesmo tempo ser visto como algo aparte.

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Feliz ano novo