27 de jan. de 2010

deixa estar

Sabe quando você faz quinze anos e fica momentaneamente feliz com a sua idade? Porque antes disso sempre pensamos ‘cara, eu queria ser maior.’ Mas daí você faz quinze anos e começam a te aceitar como adolescente, e essa idéia começa a se acomodar confortavelmente na sua cabeça. Eis que, a margem dos dezoito anos, é jogado em nossas caras o desesperador sentimento de: ‘cara. não quero ser adulto’.
E é assim que eu estava me sentindo desde o meu aniversário. Só que de repente me bateu um troço estranho, uma mistura bizarra entre o medo de abandonar o título de adolescente (que, convenhamos, nos livra de muitas coisas) com uma ansiedade igualmente estranha por ser aceito como adulto. Eu sei lá por que.
Nossos pais e avós sempre nos dizem pra aproveitar enquanto ainda somos jovens, porque depois a vida se torna um rodamoinho de complicações. Minha parte ‘adulta’ me faz ter certeza de que eles estão certos, mas de algum modo, minha parte adolescente sonhadora me diz que não deve ser tão ruim assim.
Mas na superfície do fundo, meu passo decisivo de um degrau para o outro ainda tem um pé mais apoiado nessa parte sonhadora. Então é melhor só deixar estar, pois já percebi que essa crise de fim-nem-tão-fim-assim de adolescência tem um grande potencial de me fazer esquecer de aproveitar esses últimos anos do jeito que eu deveria.
E tenho dito.

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