23 de mar. de 2010

respirar.

Correu, cambaleou, socou o vento, chutou a pedra
Correu, perdeu o ar, gritou, parou.
Levou as mãos à cabeça
E fez um gesto como se quisesse arrancar tudo o que lá jazia
Se apoiou nos joelhos, fiéis joelhos, sempre apoiáveis;
Numa breve meditação, fez passar a dor.
E tentou se lembrar por que estava correndo
Não conseguiu.
E foi aí que percebeu
Que pela primeira vez em sua vida
Havia parado de correr.

22 de mar. de 2010

shut

É que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e nenhuma coisa é o que é a minha cabeça, antes abarrotada de lixo, depois de duas horas de caminhada dando voltas e mais voltas pelos quarteirões, sem nenhuma vontade de chegar ao suposto destino.
E a coisa que resta é a simples existência que só é lembrada pela dor que começa a se manifestar nas pernas e nos pés, mas quem liga. Abre a boca e sente a chuva, cara. Sente a noite. E depois disso, encontre uma praça e se sente no banco pra ouvir a cidade vibrando. Faz bem, juro que faz.
Have you ever felt free?

21 de mar. de 2010

devaneio das 2 da manhã

casue living is hazard if you dont fit the standard
biologically out of the possible manageable
so they all just try to cut out the rotten
leaving the parts that soon will be forgotten
cause it's easier like that, just stick with the past
reject all the new and the creative boom
forget 'bout the essense of the beauty of present
and support the fate of the so wanted doom

but no, not i
i will release the tension
and i will fight the so called salvation
cause souls werent meant to be saved
souls were meant to fly, souls were meant to create
never to beg for oh my god's sake

so if you're hearing this, just remember
if you are what you are and you're sure of it
if your doubts fly out like the summer
and your thoughts fly free like a stoner's
dont ever let them put you down
dont ever let them try to cover your face
and forget your real name
so say this out loud
say this like you're proud;

i do have my shit but i can live with it
i not only survive, i know that i'm alive
and because of that i can assure
shit feels better than a pot full of gold
if it allows you to live without hiding soul.

10 de mar. de 2010

basicamente

Aquele tipo de pessoa que pensa demais, fala demais e não se preocupa direito.
Que mantém um vício insaciável em música porque é a única coisa que faz sentido e combina com o que quer que seja, até com a sua própria confusão interna. Aquele tipo de pessoa que gosta de muitas coisas ao mesmo tempo e se confunde inteira e fica toda enrolada, correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Que também mantém um vício em literatura sustentado pela esperança de encontrar alguma linha que mostre uma verdade que esclareça uma verdade própria. Que quer sentir e fazer sentir o que quer que seja, da dor mais intensa ao amor mais sincero.
E que, como Sal Paradise, a única conclusão que consegue julgar plausível é que não tem nada a oferecer a ninguém, a não ser sua própria confusão.

4 de mar. de 2010

hazy, hazy, hazy..

Eu ando postando loucamente porque minha mente anda rodando nesse ritmo alucinante, enlouquecedor e, por mais estranho que pareça, não tão confuso como deveria.
É, eu sei lá. Não consigo parar de pensar, não consigo parar de me mexer, de absorver, de tentar entender. Tem uma bola de energia deslizando por dentro de mim e despertando coisas e questões que eu já considerava resolvidas. Nem sei do que que eu tou falando. Ta tudo muito louco, muito estranho. Tou sentindo falta de muita coisa idiota. Acho que eu sou uma criatura de hábitos mesmo. Quando tudo muda eu sinto que também preciso mudar, mas eu não queria fazer isso agora. Porra. Acho que é por isso que eu continuo fazendo o mesmo caminho de volta pra casa, mesmo ele sendo idiota agora. Mas eu não ligo de andar mais, me da um gosto de familiaridade. Ah.
É que eu não sei o que eu quero, nem sei pra que ponto eu gostaria de voltar, nem porra nenhuma. Não gostei do resultado, mas também não era feliz do jeito que era antes. E isso me assusta, cara, porque não quero ficar nessa situação que me faz perder a vontade de ter vontade, e eu já percebi que seria muito fácil cair nela agora.
Não sei mais o que falar porque não sei mais o que eu quero..
Não quero nada.

playground

Noite esverdeada.
Toda luz toma forma de estrela
Joga a cidade das cores na psicodelia.

Tudo acontece e ninguém pára
E um encontro de retinas
Tem que ser o suficiente pra descarregar na mente
O impulso de correr
Ou de ficar pra aprender.

O caos vicia.
Vicia e alucina
A noite vibra, imparcial
Nunca se pára
Não se fica sozinho
Se é.

2 de mar. de 2010

correção

sinceramente? é tudo mentira.
continuo na mesma merda.

permitir

Eu escrevo sempre sobre sentimentos porque os considero a coisa mais apreciável da vida. Meio gay, mas é verdade. É que na ausência deles, tudo se torna insípido, demasiado simples e todo mundo sabe que eu tenho uma capacidade admirável de apreciação pelo complicado.
Mas a questão é que agora minha mente e meus sentimentos fizeram as pazes e as coisas estão fazendo mais sentido. Atribuo isso à minha recente decisão de me deixar pensar no que eu sinto, ao invés de simplesmente sentir. Só sei que os dois formaram um bom par, e a complexidade por si só está começando a mostrar sua face mais compreensível.
É como eu disse no outro post; por enquanto eu só quero me entender, pra depois me resolver. Só que para que isso aconteça, estou tendo que me permitir a análise mental de muitas coisas que antes me assustavam, e ainda assustam. Mas que opção eu tenho se esse se mostrou o único caminho eficiente pra desatar o nó formado por todas as coisas que estavam me fazendo parar de sonhar?
Já comecei o processo de encarar o mundo, com a cara exposta a tapa. Agora é a hora de me encarar, do mesmo jeito mas com um tipo de julgamento muito mais difícil de ignorar: o meu.