19 de mai. de 2010

pulmonary archery

Tenho estados de espírito que podem ser canalizados em dois tipos diferentes de arte: música e escrita. Agora eu tou no canal musical então minha habilidade literária está meio reduzida. (então desculpa se isso fizer pouco ou nenhum sentido.)
Desenterrei minha guitarra e entrei no universo paralelo das ondas sonoras que podem ser sentidas na pele. Minha percepção quando faço música é algo tão aparte do meu estado de consciência habitual que devo parecer um maníaco, enquanto brinco com a infinidade de sons absolutamente mágicos que podem ser tirados de qualquer coisa. Não sei direito o que tanto me fascina a respeito da música, não sei mesmo. É como uma abdução cerebral que me leva até onde eu quero, é como um livro que me faz ser quem eu quero, sei lá. Música é energia que se sente em todas as partes e que coloca sintonia e ritmo nas ondas do pensamento. Sou viciado nesse ritmo, em qualquer ritmo, com suas variações súbitas mas totalmente previsíveis, que me dão uma sensação de calma por conseguir entender o porquê daquilo ser como é. Me faz bem demais, cara. Quero ouvir todos os sons do universo e combiná-los numa melodia perfeita, numa canção que te leve a um delírio tão infinito quanto a variedade de barulhos, mas que acabe assim que a próxima começar. A música me deixa preso ao presente mesmo que me lembre do passado, e isso me faz sentir seguro e aconchegado numa colcha de retalhos que, mesmo sendo tecida por algo que não se vê, causa uma sensação de conforto absoluto.

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