28 de abr. de 2010

tempo livre

Desenvolver o pensamento, afastar a sobriedade
Restaurar os neurônios que perdi pra essa cidade
E como desgasta o esforço mental
Doze horas encarcerado no mesmo local
Ir pra casa é uma dessas coisas que não tem preço
Acender um do bom pra ver se me esqueço
De todas as inutilidades que disfarçadas de fatos
Se provam tão desnecessárias, quase mais que um infarto
Do meu pensamento, que se afasta do momento
Se aloja na noite fria, jogado ao relento
Duma cidade sem sentido, de um povo sem pátria
Minha versão de capital
Meu país tropical, abençoado por deus
Esquecido pelos líderes que disseram adeus
Ando na psicodelia, ponto de encontro do mundo
Dimensão aparte, eterno lapso de um segundo
Buraco na consciência, contemplo a existência
Me apresso, perco a paciência até que me lembro
Que a razão da minha presença está guardada na essência
De ser mil dentro de um, mas sou só um dentro de mil
Dos filhos deste solo que és mãe gentil
Outro moleque do Brasil
Criado pra sentir no couro, nunca ver o ouro
Seguir magro, firme e fraco, algo raramente novo
Dia a dia correria, toda hora um novo esporro
Tapa na cara do suposto futuro do meu povo.

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