15 de nov. de 2010

frio de merda

Noites frias, nada nesse mundo tem o poder de causar uma solidão tão grande e generalizada como noites frias, especialmente as de domingo véspera de feriado, quando se está recém chegado em casa, pós amor, pós vestibular (passei!), pós amigos, pós cerveja e pós discussão sobre-o-sentido-do-mundo-e-a-politica-filha-da-puta-de-hoje-em-dia. Puta coisa deliciosa.
Mas esse frio que entra pela minha janela (que eu até fecharia se não fosse tão hipócrita ao ponto de não gostar do cheiro de cigarro no meu quarto quando vou dormir) faz meu corpo sentir uma falta tão imensa do dela, que, quando do meu lado -e eu me delicio na crença de que só do meu lado- jura todo o amor que a alma pode dar sem nem abrir a boca. E eu tento fazê-la sentir o meu através de um abraço, ou melhor, aperto (porque quando se está deitado, um abraço com os dois braços é praticamente impossível, já que um deles nunca sabe muito bem onde ficar, só como atrapalhar) longo e levemente sufocante. Depois um beijinho no rosto pra liberar aquele sorriso lindo, então um na pontinha do nariz, seguido por um beijo ingênuo nos lábios quentes. MAS, nesse momento, isso é tudo o que eu tenho: milhares de memórias maravilhosas que eu tento juntar na tentativa de tornar a presença dela mais real, mesmo sabendo que ela está a quilômetros de distancia daqui, provavelmente dormindo e com a minha imagem beeem longe da pauta de pensamentos (ou sonhos) de hoje. Ou quem sabe não. Mas o que importa é que eu tou com frio e cansaço, o tipo de cansaço que só descansa com aquele sorriso, e essa merda desse frio fora de estação vai fazer questão de me lembrar a ausência dela pelo resto da noite. Aposta quanto?

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