3 de fev. de 2010

silver

Cinco coisas que eu acho incrivelmente maravilhosas: o ar da noite (que é invisível para os olhos mas óbvio para o toque), lábios, pele, fumaça e sangue. Eu realmente gosto dessas coisas e poderia passar horas simplesmente contemplando-as.
Me sinto estranho. Não sei porque, só sinto. Ela. Não entendo por que. Mas ela me tem de um jeito indescritível, e quando eu digo indescritível não é uma simples hipérbole. Não tem ninguém que me faça assim, desse jeito estranho, nem que me coloque nessa posição de admirador das sutilezas contidas nos gestos, na voz, no olhar. Ahh, o olhar. Genial, incrível, tragando toda a minha atenção para o ponto onde se entrelaçam os rastros deixados pela intensidade da sua existência. É tão intenso, tão denso, tão absoluto. ela, eu, somos e formamos algo tão complexo, ao ponto no qual se torna compreensível simplesmente desistir de entender. Porque temos tudo para nos tornarmos personagens principais de um romance de Shakespeare, um tipo de versão distorcida de Romeu & Julieta, mas sem o beijo e o toque que dão sentido à coisa toda. Algo incrível, maravilhoso, doloroso, mas que eu me jogo dentro sem medo de sentir o que tiver que sentir, e me distraio passivo, aceitando e, de certo modo, venerando o fato de que o toque seria destrutivo à toda a nossa – citando Milan Kundera - (in)sustentável leveza de ser.

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