22 de dez. de 2009

sobre o sentido do sem sentido

Tem horas em que o poder de harmonizar trazido pela simplicidade das coisas me chama a atenção.
É o jeito como tudo se encaixa logo após um jantar calmo em família, no qual se fala do dia de cada um de seus membros, de como a decoração de natal da Av. Paulista está encantadora e de como o cachorro do vizinho late demais. Algumas risadas, acusações irônicas e sobremesa com calda de chocolate.
Minha mãe vai dançar jazz, meus avós vão assistir a novela e eu venho fumar um cigarro, ouvir uma música e olhar o pôr-do-sol, que nunca é igual mas sempre faz sentido.
Lembro de como a casa estava tensa ontem, e de como essa tensão pesou mais depois do jantar quieto e desconfortável, no qual evitávamos nos olhar diretamente. Vim escrever na tentativa de entender o porque, mas acho que não tem que fazer sentido mesmo.
Estrutura familiar é uma coisa estranha e extremamente mutável, uma convivência diária que desgasta, e acho que não se pode esperar uma constância muito grande. Temos dias e dias, e nem todos são agradáveis, mas fica tudo bem depois do jantar, agradável, calmo e com sobremesa com calda de chocolate.

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