6 de out. de 2009

ah, uau.

Lendo no meu quarto, minha pequena fortaleza de paredes preenchidas com frases que, em algum momento, significaram algo pra mim, distraio meus ouvidos da voz melancólica e pesada de Thom Yorke e ouço chuva. Olho pela janela e vejo o céu azul. Que? É, isso mesmo, o céu, azul, sem nuvens. Me levanto e procuro as nuvens, e as encontro meio que pro oeste, mais pro norte, compondo um noroeste. Ah, uau. Nuvens bem escuras que justificam o barulho intenso que me distraiu da voz melancólica de Thom Yorke. Legal. A chuva para, eu volto a ler e de repente não consigo mais ler por falta de luz. Tudo bem, já li bastante hoje, vou esperar essa música acabar e ir comer alguma coisa. Desço da cama e olho pela janela de novo. Na frente do meu quarto tem uma árvore e um poste de luz, sabe, daqueles bem incandescentes que criam sombras estranhas quando o quarto ta escuro. Olhando pra essa luz, percebo dezenas, depois centenas e quem sabe milhares de bichinhos alados dançando desordenadamente no ar. Eram muitos, cara, muitos. Olhei pro leste, e o céu ainda tava azul. No oeste tava negro mesmo, por conta das nuvens, eu acho. Então foi isso: um quadro interativo musicado gigantesco composto pelo azul claro, o negro, a luz branca, os verdes da árvore, o amarelo das florzinhas que caíram dela, os bichinhos alados e a voz de Thom Yorke.
Eu até aumentei o volume.

Nenhum comentário: